Por 22 semanas consecutivas persistem as manifestações no Iêmen em defesa dos palestinos e pelo fim do genocídio em curso na Faixa de Gaza. Nesta sexta-feira não foi diferente: houve por parte dos iemenitas manifestações massivas. O povo se reuniu aos milhares nas províncias de Saada, Raymab e Marib, o que ocupou inúmeros quarteirões.
O povo iemenita entoou cantos e palavras de ordem em apoio aos palestinos, tais como “Nossa nação, nossa nação… Al-Aqsa sob nossa proteção”; “Sem retirada, sem desgraça”; “Nossos ataques estão aumentando… Sana e Gaza: uma só”. Bandeiras foram hasteadas e se viam por toda parte, tanto do Iêmen, quanto da Palestina.
O líder do Movimento Ansar Alá, Sayyed Abdul-Malik al-Houti, elogiou o que significaram nos últimos meses o apoio das frentes de solidariedade do Eixo da Resistência.
Sayyed declarou: “Nós procuramos oferecer à Palestina mais do que demos a nós mesmos, ao nosso país e ao nosso povo”. E afirmou ainda que o povo iemenita se moveu mais pela causa palestina do que a deles próprios e da opressão que têm sofrido.
O apoio no Oriente Médio
O apoio do Iêmen tem pressionado governos mais alinhados aos Estados Unidos no Oriente Médio. Na Jordânia houve manifestação em Amã, também em apoio ao povo palestino.
A partir da mesquita Al-Husseini, na capital, partiu uma manifestação para denunciar os ataques sionistas em Gaza, bem como contra a população palestina na Cisjordânia ocupada.
Durante a manifestação, as pessoas levantaram faixas e cartazes pedindo o fim dos ataques contra hospitais e abrigos em Gaza, exigindo a entrega de ajuda humanitária, denunciando o deslocamento forçado de milhões de pessoas e, é claro, o genocídio.
Os manifestantes jordanianos bateram panelas, frigideiras e outros utensílios para assim denunciar a política fascistas de matar as pessoas de fome em Gaza.
Iraque
Segundo a rede catarense Al Jazeera, centenas de manifestantes marcharam em Bagdá em solidariedade a Gaza. O repórter Mahmoud Abdelwahed disse que os manifestantes saíram às ruas para condenar o genocídio em Gaza e pedir um cessar-fogo imediato antes do início do mês sagrado do Ramadã, que começa na próxima semana, 11 de março.
O Ramadã é o nono mês do calendário islâmico. Nele os muçulmanos realizam jejum que dura do nascer ao pôr do sol. Segundo sua fé, foi nesse mês que Maomé, em 610 d. C., recebeu a revelação ao Alcorão do arcanjo Gabriel. Evento conhecido como a Noite do Destino.
Apoio inabalável
As declarações frente às manifestações em Saada, Raymah e Marib foram todas no sentido de apoiar a escalada contra a ocupação sionista que partiu do Iêmen, Líbano e Iraque.
Não deixaram de elogiar também a ação das forças armadas iemenitas contra navios israelenses e ativos militares dos EUA e do Reino Unido.
Foi reforçado o compromisso de apoiar as operações do Eixo da Resistência solidárias à Faixa de Gaza e a Resistência Palestina. Também foram elogiados os líderes mundiais que tiveram a posição honrosa de condenar as gravíssimas agressões das forças sionistas e americanas contra o povo palestino.
Outro ponto levantado foi o terrível expediente de se usar a ajuda humanitária pelos inimigos sionistas/americanos como isca para matar civis palestinos.
Deu-se também uma atenção e foi pedido um boicote contra produtos americanos e israelenses, especialmente no mês do Ramadã.
Os números impressionam. Os protestos e manifestações iemenitas totalizaram 2.539. Os eventos atingiram a marca de 26.770. Além disso, as vigílias populares e comunitárias totalizaram 76.051. As vigílias estudantis (escolas e universidades) somam 148.299 e as vigílias noturnas chegam a 40.969.
A ação no Mar Vermelho
Há dois dias, um ataque de mísseis balísticos do Iêmen atingiu um navio graneleiro no Golfo de Aden, ocasião em que pelo menos três mortes foram relatadas. O governo iemenita comunicou que a tripulação se recusou a receber suas ordens para não avançar.
Até agora, foram mais de 45 ataques com mísseis e drones objetivando navios militares americanos e da coalizão imperialista que opera no Mar Vermelho.
A ação revolucionária do Iêmen, seja pelas manifestações populares, seja pelas ações militares, somadas às do Eixo da Resistência, são um grande fator de pressão sobre os países no Oriente Médio. Os governos alinhados com os Estados Unidos estão tendo que lidar com suas populações a cada dia mais inquietas com a falta de ação contra os sionistas.
Seguramente o Oriente Médio está em uma situação pré-revolucionária. Quanto mais tempo dura a resistência, governos como o do Egito e da Jordânia, por exemplo, correm o risco de ter que enfrentar a sublevação popular.
O imperialismo sabe dos riscos, por isso utiliza uma força tão brutal contra uma população que resiste heroicamente em Gaza.