O apoio a instituição de cotas para negros nas universidades públicas recuou 10 pontos segundo pesquisas realizadas pelo DataPoder. A pesquisa revela ainda um aumento de 8 pontos no grupo contrário a instituição. A primeira pesquisa foi realizada em 2020, quando 59% dos entrevistados afirmou ser favorável ao programa de cotas. Já no ano seguinte, o número chegou a 60%. Realizada entre 12 e 14 de outubro deste ano, a nova pesquisa no número menor de apoiadores do programa deste o início das pesquisas: 50% dos entrevistados responderam ser favorável as cotas, enquanto 34% disseram ser contra, numero que era 26% na primeira pesquisa. Outros 16% disseram não saber responder.
Em que pese os problemas decorrentes deste tipo de pesquisa dos grandes jornais capitalistas, é necessário afirmar há uma mudança na opinião geral em relação às políticas ligadas ao identitarismo. Um rechaço que muitas vezes se expressa no apoio a posições de direita, que captura, com a demagogia que lhe própria, esse sentimento anti-identitarismo, anti-sistema. O identitarismo aparece para muitos como uma força autoritária e repressora e vinculada ao status quo político, ao poder estabelecido. As políticas identitárias impõem-se pela força do estado e não pela educação ou apelo a racionalidade.
De fato, o identitarismo tem se mostrado claramente como uma força auxiliar do poder estabelecido e, cuja, função e resultado não foi outro que cassar direitos democráticos e ampliar o poder de repressão do estado, mesmo que apresentem uma justificativa aparentemente humanista. Na prática, é uma política puramente repressiva que favorece apenas aqueles que estão no poder. O caso da liberdade de expressão é bastante ilustrativo, sob o argumento de combater o discurso do ódio e o preconceito estabeleceu-se uma verdadeira censura nas redes sociais, um dos resultados foi justamente impedir qualquer crítica ao “Israel” e ao sionismo, vistas como racismo, isto é, denunciar a política racista e genocida do “Estado de Israel”, uma entidade política, torna-se imediatamente racismo contra o judeu em geral. A censura identitária foi instituída para defender e esconder os crimes dos poderosos.
Ademais, os limites de tal política ficam cadas vez mais evidente, apenas um pequeno núcleo da população negra e pobre consegue adentrar e manter-se na universidade, enquanto isso o ensino público básico é completamente desmantelado e o parque industrial e a economia retrocedem.
A experiência mostra que é preciso avançar na política, o país tem de se encaminhar para o livre ingresso na universidade, pesados investimentos no sistema educacional público, que deve caminhar junto como o desenvolvimento industrial brasileiro. Só assim haverá a verdadeira incorporação da população negra do país em pé de igualdade com os demais setores.