Por quê estou vendo anúncios no DCO?

FMI

‘Guerra contra o crime’: a nova ponta de lança do golpismo

Através de estudo sobre a violência no Brasil, e como ela afeta os investimentos estrangeiros, Fundo Monetário Internacional pressiona governo Lula a fechar o regime

Nesta segunda-feira (5), o jornal da imprensa burguesa O Estado de S. Paulo publicou matéria noticiando que a violência urbana está prejudicando o crescimento da economia brasileira, especificamente do produto interno bruto (PIB) brasileiro.

Após uma breve introdução, citando alguns casos de comerciantes locais que foram vítimas de roubos, o Estado já mostra a que veio, e informa que foi o Fundo Monetário Internacional (FMI) que realizou o estudo que serve de base para o artigo.

Segundo declaração conjunta de Rodrigo Valdés, diretor do Departamento do Hemisfério Ocidental do FMI, e Rafael Machado Parente, economista da entidade imperialista, “reduzir completamente a lacuna nas taxas de criminalidade entre o Brasil e a média mundial aumentaria o crescimento do PIB real (brasileiro) em 0,6 ponto porcentual, pelo menos por algum tempo”. De acordo com estes agentes do imperialismo, “o crime afeta diretamente a vida de milhões de pessoas, impondo grandes custos sociais”.

O que significa que os monopólios imperialistas já pressionam o governo brasileiro a adotar políticas de fortalecimento do aparato de repressão e aumento de penas, tornando o regime político mais ditatorial, sob a justificativa de combater a criminalidade.

Isso não é coincidência.

O imperialismo usar a política de segurança pública, de combate ao crime, da guerra às drogas para fechar um regime político, tornando-o uma ditadura, é algo que já acontece em outros países da América Latina. O caso mais recente é o Equador, onde o presidente Daniel Noboa, no início do mês de janeiro, sob a justificativa de combater o crime organizado e o tráfico de drogas, decretou o país sob “estado de conflito armado interno”, declarando terroristas mais de duas dezenas de organizações, e suspendendo os direitos democráticos da população em geral. Este “estado de conflito armado” foi precedido de um “estado de exceção”.

Confirmando que o fechamento do regime que ocorreu no Equador foi sob os ditames do imperialismo, recentemente (22/1) o governo Noboa anunciou que um acordo de cooperação para “segurança e defesa” foi firmado com os Estados Unidos, para supostamente lutar contra o narcotráfico. Mas não apenas isto, no acordo foi incluso amplo acesso aos mercados do país latino-americano, e também o aumento dos investimentos imperialistas no país, isto é, a exportação do capital imperialista, deixando o Equador refém dos monopólios. Na ocasião, como parte da delegação norte-americana, estava presente a General de Exército Laura J. Richardson, do Exército dos EUA, comandante do Comando Sul norte-americano (SOUTHCOM, na sigla em inglês).

A matéria do Estado é igualmente esclarecedora ao mostrar a posição de destaque do Brasil como alvo da intervenção do imperialismo. Isto é feito ao dizer que o crime afeta a economia brasileira mais do que em outros países em que o crime organizado e o narcotráfico são problemas crônicos:

“O cenário é bastante delicado para o Brasil, até mesmo quando comparado com os demais países da América Latina. Na região, a violência tem um impacto econômico um pouco menor, de 0,5 ponto porcentual”.

No mesmo sentido, diz que o nível de violência urbana (homicídios, em especial) em 2021 quase alcançou o nível da Colômbia, um país que foi transformado não só em uma ditadura, mas em uma base militar dos Estados Unidos na América do Sul, sob a justificativa de combater o crime organizado e o narcotráfico:

“Em 2021, o Brasil registrou 45.562 homicídios, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), o que equivalia a uma taxa de 21,26 assassinatos por 100 mil habitantes. Na Colômbia, essa relação era de 25,67. Os números dos dois países são bem acima da média mundial, que é de 5,8 homicídios por 100 mil habitantes.”

Então, em resumo, nesta nova onda de golpes que o imperialismo já começa a promover na América Latina, a política de guerra contra o crime (ao tráfico de drogas, especialmente), é a nova ponta de lança do golpismo imperialista.

E ela já está sendo colocada em movimento no Brasil desde o início do terceiro mandato do governo Lula, através do então Ministro da Justiça e Segurança Pública Flávio Dino, que pôs na ordem do dia várias políticas repressivas e de ataque aos direitos democráticos da população. A principal delas foi o Programa de Ação na Segurança (PAS), através do qual foram colocados mais de R$1 bilhão para o Fundo Nacional de Segurança Pública (isto é, o aparato de repressão) e também instituído novos crimes políticos (contra o “Estado Democrático de Direito”).

Agora, com a saída de Flávio Dino do Ministério, e a entrada de Ricardo Lewandowski, a política de fechar o regime com justificativa de combate ao crime está se intensificando, principalmente com a nomeação de Mário Sarrubbo para a Secretaria Nacional de Segurança Pública. Conforme já noticiado por este Diário, promotor e pessoa vinculada a João Dória.

De forma que no próximo período, o imperialismo continuará pressionando o governo Lula para adotar cada vez mais medidas repressivas, tanto na criação de novos crimes, como no aumento das penas dos crimes já existentes.

Tudo isto para o imperialismo ir fechando o regime progressivamente, impondo aos poucos uma ditadura cada vez mais aberta, para que os monopólios, em especial os vinculados aos Estados Unidos, apliquem sobre a economia brasileira a política neoliberal de rapina, saqueando a riqueza produzida pelo povo brasileiro, da forma como fizeram a partir do golpe de 2016, e como Javier Milei está fazendo na Argentina.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.