Nesta terça-feira (10), dois jatos Mirage, da força aérea francesa, deixaram N’Djamena (capital do Chade) e retornaram à sua base no leste da França, sinalizando o começo da retirada das tropas de ocupação do território do país africano.
O Chade, que obteve sua independência formal da França na década de 1960, encerrou no início deste mês de novembro “acordo” de “cooperação” militar que possuía com o país imperialista. Através desse “acordo”, a base francesa em N’Djamena era utilizada como o quartel-general da França para desestabilizar a região do Sahel sob o pretexto de combater o “terrorismo”.
O citado país não é o primeiro Estado africano a expulsar as tropas francesas de ocupação de seu território. A decisão do Chade foi precedida por Burquina Fasso, Máli e Níger, todos países nos quais recentemente houve golpes militares liderados por alas nacionalistas das respectivas forças armadas. Estes três países buscaram parceria militar e econômica com a Rússia, após a expulsão das tropas francesas.
No caso do Chade, o chefe de Estado do país, Mahamat Idriss Deby, reuniu-se com Vladimir Putin, presidente da Rússia, em janeiro de 2024, reunião esta que foi seguida de nova reunião com Sergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores russo, em junho. Na ocasião, foi discutida cooperação econômica e planos estratégicos delineados na reunião de janeiro, conforme informado pela emissora Russia Today (RT).
Embora a retirada das forças francesas de ocupação já tenha sido iniciada, há ainda vários jatos estacionados no Chade, assim como cerca de 1.000 tropas. Não há informações de quando a retirada finalizará. No entanto, segundo o porta-voz militar francês, Coronel Guillaume Vernet, um cronograma para retirada será finalizado no decorrer das próximas semanas.