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Sem terra

Direita inventa novo crime de opinião para atacar o MST

Deputado fascista pede a prisão de Stédile por dizer que ocupações de terra devem aumentar em 2024

O deputado bolsonarista Evair de Melo pediu a prisão preventiva de João Pedro Stédile, líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), à Procuradoria-Geral da República (PGR) no último dia 25. Para o deputado, o suposto crime cometido teria sido o de “incentivar invasões de terras” – fiando-se ao comentário do dirigente em uma entrevista que concedeu à Folha de S. Paulo, na qual diz que as ocupações de terras improdutivas devem aumentar em 2024.

Na entrevista em que Evair de Melo enxergou um suposto crime, Stédile havia dito:

“Se o governo não tomar a iniciativa, a crise capitalista continua se aprofundando. O ser humano não é igual ao sapo, que o boi pisa e ele morre sem dizer nada. Vai haver muito mais luta social.”

É difícil crer que, neste simples comentário, em que o líder do MST analisou a possibilidade de um aumento das ocupações, o deputado fascista tenha conseguido ver um crime.

Evidentemente, tal denúncia não passa de um processo de perseguição contra o MST e contra a luta dos sem-terra em geral, além de um atentado contra a liberdade de expressão. Afinal, se “incitar” (isto é, defender) a realização de ocupações em terras improdutivas for crime, quase todas as opiniões teriam de ser.

Este esdrúxulo pedido de prisão preventiva não aparece de maneira isolada, mas é parte da sequência de ataques que a burguesia tem direcionado contra os movimentos de luta pela terra. Basta lembrar que, em maio de 2023, os bolsonaristas instalaram a CPI do MST e que José Rainha, líder da FNL, foi preso no ano passado.

Quem é o deputado que quer perseguir o MST?

Evair de Melo, que apresentou o pedido à PGR, é representante dos latifundiários na Câmara – ele é parte da chamada “bancada do boi”. Ele é vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária e, na sua campanha de 2014, recebeu 50 mil reais da mineradora ArcelorMittal.

Durante toda sua atuação legislativa, o deputado se pôs ao lado do lobby das mineradoras. Chegou a compor um grupo de trabalho que alterou o Código da Mineração e foi peça-chave para aprovar o marco legal do saneamento, que permitiu a privatização de todo o processo de distribuição de água. No último, atuou como vice-líder do governo Bolsonaro e presidente da Comissão Mista e Especial sobre o assunto.

Além de sua defesa em favor do agronegócio, a atuação do deputado é voltada para o combate aos movimentos populares e para a repressão da esquerda em geral. Ele, inclusive, foi um dos 27 deputados bolsonaristas que protocolou o pedido de prisão contra dirigentes do Partido da Causa Operária (PCO) por defender o Hamas. Também protocolou um pedido de impeachment contra o presidente Lula, por este afirmar que a derrubada de Dilma em 2016 foi um golpe de Estado. Ou seja, trata-se de um deputado inimigo da liberdade de expressão, que usa seu cargo para direcionar o Estado para perseguir aqueles com os quais discorda.

Latifundiários partem para a perseguição

Por mais exótico que seja o pedido de prisão contra Stédile, e por mais desclassificado politicamente que seja Evair de Melo, é inegável que sua ação se trata de mais uma ofensiva dos latifundiários. Não se pode ter dúvidas de que é o temor pelo acirramento da luta de classes no campo que move tal ação; e isso é uma prova irrefutável de que eles têm muito a perder caso os trabalhadores sem terra se levantem.

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