De acordo com um relatório produzido no Distrito Federal, 90% dos adolescentes que estão nos presídios infantojuvenis da capital federal são negros. O número é proveniente de um levantamento feito pelo Observatório de Violência e Socioeducação do DF.
Os dados do Observatório foram, por sua vez, coletados por meio de uma atuação conjunta da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus), Grupo Violes/SER, Universidade de Brasília (UnB) e Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa do DF (CLDF).
O dado mais significativo, entretanto, é o seguinte: desses jovens, 73,14% vivem em famílias que ganham entre um e três salários mínimos. Ao mesmo tempo, 22,06% vivem em famílias com renda mensal de menos de um salário mínimo.
A pesquisa mostra que o fato do jovem ser negro não é o principal motivo pelo qual ele é agredido pelo aparato de repressão do Estado, mas sim a sua classe social. Acontece que, no Brasil, a grande maioria da população é negra e, portanto, a maioria das pessoas negras é pobre.