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Burguesia brasileira

Com as mãos sujas de sangue

Empresários que assinaram manifesto contra o apoio do governo brasileiro à investigação de 'Israel' na Corte Internacional de Justiça são cúmplices de um genocídio

No dia 18 de janeiro, um grupo de 118 empresários e representantes da burguesia brasileira assinaram uma petição contra o apoio do presidente Lula à ação da África do Sul contra “Israel” na Corte Internacional de Justiça (CIJ). Apresentado pela imprensa burguesa como um inocente “manifesto” que estaria “pedindo” a Lula uma “posição justa e equilibrada por parte do governo brasileiro”, o abaixo-assinado é uma tentativa da classe dominante de intimidar o presidente da República em função de sua política externa.

No mesmo dia de sua publicação, a petição já contava com mais de 17 mil assinaturas, obtidas pela Internet. Os nomes mais importantes, no entanto, são os das 119 pessoas que assinaram o manifesto originalmente, pois escancaram que se trata não de uma defesa de “valores”, mas de uma posição de classe. Veja:

 

  • Charles Laganá Putz (empresário)
  • Betânia Tanure (empresária)
  • Bruna Lombardi (atriz)
  • Claudia Sender Ramirez (engenheira e empresária)
  • Ellen Gracie (ex-ministra do STF)
  • Emilia Buarque (presidente do Lide Ceará)
  • Luiza Helena Trajano (presidente do conselho de administração do Magazine Luiza)
  • Natalia Pasternak (microbiologista e divulgadora científica)
  • Patricia Rieper Leandrini Villela Marino (empresária)
  • Sonia Hess (Empresária, ex-presidente da Dudalina)
  • Marco Antonio Suplicy (empresário)
  • Cecilia Dale (empresária e decoradora)
  • Marcello Brito (agroambientalista e empresário)
  • Malvina Muszkat (psicanalista)
  • Bernardo Parnes (One Partners)
  • Maria Elena Cardoso Figueira (economista)
  • Christian Lohbauer (cientista político)
  • Susana Muszkat (psicóloga)
  • Leonardo Viegas (empresário e publicitário)
  • Tania Casado (psicóloga e professora universitária)
  • Ingrid Frare (nutricionista)
  • Artur Grynbaum (CEO de O Boticário)
  • Monica Rosenberg (advogada)
  • Carlos Alberto Júlio (empresário e escritor)
  • Fabio Coelho (presidente do Google Brasil)
  • Rubens Panelli Junior (empresário)
  • André Magalhães Pinto (chairman da Ibira Partners)
  • Marco Antônio Tofanelli (empresário)
  • José Jacobson Neto (presidente do grupo GP)
  • Claudio Raupp (empresário)
  • Mario Anseloni (In Business)
  • Cassiano Scarambone (CEO da Take4Content)
  • Oscar Vaz Clarke (empresário)
  • Milton Longobardi (empresário)
  • Roberto Oliveira Lima (diretor da Prosus Group)
  • Rômulo de Mello Dias (empresário)
  • Sergio de Nadai (sócio-proprietário da De Nadai Alimentação)
  • Paulo Fagundes de Lima (economista)
  • João Olyntho (CFO da Jogil Group)
  • Roger Ingold (empresário)
  • Pedro Pace (diretor jurídico da Apple Brasil)
  • Marcos Gouvêa de Souza (Diretor-geral e fundador da Gouvêa Ecosystem)
  • Roberto Giannetti da Fonseca (empresário e economista)
  • Paulo Kakinoff (diretor-presidente da Porto Seguro)
  • Armando Henriques (empresário e conselheiro do grupo Energisa)
  • Humberto Pandolpho (presidente da Calia Comunicações)
  • Antonio Rios
  • Carlos Foz (chairman da Andbank)
  • Handerson Castro (advogado)
  • Milton Isidro (CEO da Interdigi Brasil)
  • Sidney Klajner (Presidente do Einstein)
  • Cesar Alberto Ferreira (empresário)
  • Helio Ribeiro Duarte (empresário)
  • Abramo Douek (CEO do Banco Rendimento)
  • Manoel Conde (empresário)
  • Leon Tondowski (engenheiro e empresário)
  • Georges Schnyder (empresário)
  • Fernando Terni (Ekho Family Office)
  • Wilson Roberto Levorato (sócio da AMW Consulting)
  • Gil Morgensztern(dono da EPL Empreendimentos)
  • Walter Schalka (presidente da Suzano)
  • Paulo Meirelles (sócio da TNA Gestão Patrimonial)
  • Piero Minarde (presidente da Associação Brasileira de Venture Capital e Private Equity)
  • Rodrigo Abreu (executivo)
  • Patrice Etlin (Sócio da Advent International)
  • Alex Szapiro (Diretor no Brasil do SoftBank)
  • Juarez José Zortéa (Presidente da TransUnion Brasil)
  • Sergio Cipovicci (diretor comercial Banco Pan)
  • João Rodarte (jornalista e dono da CDN comunicação)
  • Israel Aron Zylberman (Cyrela)
  • Valmir Pedro Rossi (Sirio Libanês)
  • João Pedro Paro Neto (Mastercard)
  • Marcos Knobel (cardiologista e presidente da Federação Israelita de SP)
  • Alexandre Senra (cirurgião plástico)
  • Jorge Cavalcanti de Petribú (Grupo Petribu)
  • Guilherme de Noronha Dale
  • Claudio Lottenberg (presidente do conselho do Hospital Albert Einstein)
  • Norberto Birman (VGB Partners)
  • Angelo Augusto de Campos Neto (MOB)
  • Alexandre Foschine (CFO/ Eleven Consulting)
  • Avi Gelberg (dono da SYL, empresa de pastilhas de freios)
  • Raul Doria (presidente da Cine Cinematrográfica)
  • Roberto Klabin (Membro do conselho de administração da Klabin)
  • Sergio Degese (diretor da Moet Hennessy no Brasil)
  • Rui Aquino (empresário)
  • Ricardo Bloj (presidente da Lenovo)
  • Thomas Brull (empresário)
  • Renato Velloso (empresário e dentista)
  • Francisco Carlos Mazon (CEO na Viação Santa Cruz)
  • Claudio Carvalho (empresário)
  • Helio Rotenberg (Presidente da Positivo Tecnologia)
  • Wilson Ferreira Jr (CEO na Eletrobrás)
  • Sergio Zimerman (CEO e controlador da Petz)
  • Dirley Pingnatti Ricci (empresário)
  • Antonio Rubens Silvino (conselheiro da Ultragaz)
  • Milton Steagall (presidente da BBF Brasil Bio Fuels S/A)
  • Armando Aguinaga Lowndes de Souza Pinto
  • Robert Wong (Consultor)
  • João Alceu Amoroso Lima (consultor e investidor)
  • Welder Motta Peçanha (empresário)
  • Fernando Biancardi Cirne (empresário)
  • Refuah Shlêma (organização)
  • Kol Hakavod (organização)
  • Jean Grinfeld (empresário)
  • Thais Blucher (psiquiatra)
  • Luiz Paulo Grinberg (médico e professor universitário)
  • Luiz Paulo de Azevedo Barbosa (médico)
  • Angelo Tadeu Derenze (diretor do Shopping D&D)
  • Filinto Moraes (empresário)
  • Marcelo Fernandes
  • Fatima Zorzato (empresário)
  • Daniel Méndez (presidente da Sapore)
  • General Francisco Carlos Modesto (general do Comando Militar do Leste)
  • Moises Cohen (medico e presidente do Instituto Cohen)
  • Gilson Finkel (CEO da B3)
  • Renato Veloso (professor universitário)
  • Dorival Dourado (Conselheiro no BMG)
  • Marcelo Araujo (Diretor corporativo do Grupo Ultra)
  • Fábio Colletti Barbosa (CEO da Natura)

As pessoas que planejaram a petição e deram seu nome para o “manifesto” são plenamente conscientes do que estão fazendo. Passados três meses e meio da Operação Dilúvio al-Aqsa, o cenário no Oriente Médio é mais que claro. De um lado, lutam os Estados Unidos, o Reino Unido, “Israel” e todas as grandes potências responsáveis pelos golpes de Estado, guerras e crimes contra a humanidade do último século. De outro, um povo martirizado, que sequer teve o direito de constituir um Estado e que conta somente com suas próprias forças e a força das organizações de resistência dos países vizinhos.

Em todo o mundo, registram-se manifestações de rua em apoio à Palestina. Algumas são gigantescas, como em Londres. Outras, nem tanto, como as vistas no Brasil. Não há, no entanto, absolutamente nenhum movimento de massas em defesa de “Israel”. Pelo contrário: todo o apoio de “Israel” vem dos poderosos, das mesmas pessoas que são responsáveis pela falência econômica da Argentina, pelo bloqueio econômico a Cuba, pela miséria dos países africanos.

Todos os signatários originais são pessoas minimamente informadas. Não podem alegar que não leem jornais, que não assistem televisão ou que não acessam as redes sociais. Alguém acredita, por exemplo, que o presidente do Conselho do Hospital Albert Einstein, Claudio Lottenberg, não sabe que os hospitais em Gaza estão sendo destruídos? Que mais de três centenas de profissionais da saúde foram assassinados por “Israel”?

Ninguém disse ainda ao tal “cientista político” Christian Lohbauer que mais de 25 mil palestinos foram assassinados – e que, entre esses mortos, 70% eram crianças e mulheres? Além disso, não lhe contaram que mais de 8.000 palestinos estão desaparecidos nos escombros deixados por “Israel” em Gaza, podendo, muito bem, ser contabilizados como mortos?

Luiza Trajano, a dona da rede Magazine Luiza, que se apresenta como uma empresária “empoderada”, nunca ouviu falar que, a cada dia, dez crianças são mutiladas na Faixa de Gaza?

Quem sinceramente irá acreditar que o presidente do Google Brasil, Fabio Coelho, não sabe que “Israel” já assassinou mais de uma centena de jornalistas? Isto é, que “Israel” matou mais jornalistas que todos os países durante a Segunda Guerra Mundial!

Os signatários dizem que “compreendemos a complexidade da situação em Gaza e o sofrimento da população local”. O que é complexo, exatamente? A situação é muito simples: um povo inteiro está sendo assassinado, expulso de suas terras, bombardeado! De maneira cínica, a burguesia brasileira acusa, em seu manifesto, que a “acusação de genocídio” seria uma acusação “séria”. O “sério”, para esses senhores, seria, portanto, assistir de braços cruzados atrocidades piores que as cometidas pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial

Pessoas como Walter Schalka, o CEO de O Boticário, que acham “complexo” chamar um genocídio de “genocídio”, não hesitam em caluniar o povo palestino e suas organizações: “o Hamas utiliza civis como escudos humanos e mantém reféns inocentes, o que contribui significativamente para a complexidade e gravidade da situação em Gaza”. Nenhuma palavra sobre as barbaridades praticadas pelas tropas sionistas contra seus próprios cidadãos?

O que esses senhores querem, afinal, não é proteger qualquer direito dos judeus, como dão a entender. Eles se revoltaram contra um pedido de investigação! A África do Sul apresentou uma acusação e a Corte precisa, portanto, respondê-la para julgar se ela é verdade ou não. Os signatários querem impedi-la, querem que haja um silêncio absoluto em torno dos massacres que estão ocorrendo em Gaza, das milhares de crianças que já perderam suas vidas, de todo o sofrimento pelo qual passa o povo palestino.

Não há outra forma de dizê-lo: são, portanto, cúmplices de todos os crimes do Estado de “Israel”. Como ser contra um genocídio se se é contra a mera investigação do que acontece em Gaza?

Enquanto o Estado nazista de “Israel” está assassinando dezenas de milhares de pessoas, enquanto os sionistas jogam milhões de explosivos na cabeça de pessoas que estão caminhando na calçada, esse grupo de representantes da burguesia tentam pressionar o governo Lula para que o Brasil seja conivente com o massacre que está ocorrendo em Gaza.

Senhores signatários, suas mãos estão cheias de sangue.

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