No dia 28 de março a Caixa Econômica Federal divulgou, um comunicado à sociedade brasileira, aos seus clientes e empregados, através de FATO RELEVANTE, em que o banco, através do seu Conselho Diretor, autorizou a “elaboração de estudos e análises necessários para a potencial venda futura de ações, em conexão ao atingimento do percentual mínimo de ações em circulação da Caixa Seguridade, segundo as regras do Novo Mercado, sem alteração do controle da companhia”. (Fato Relevante Caixa de 28/03/2024)
Segundo o Regulamento do Novo Mercado da B3 (diga-se, da Bolsa de Valores) exige que 20% das ações sejam negociadas no mercado e, atualmente, a Caixa Seguridade oferta 17,25%.
A proposta de venda das ações de uma das subsidiárias da Caixa, nada mais é do que satisfazer os interesses dos grandes capitalistas e banqueiros nacionais e internacionais, ou seja, do deus “mercado”, que à frente da empresa os seus legítimos serviçais. Com a posse do atual presidente da Caixa, indicação do Presidente da Câmara Federal, Arthur Lira (Republicanos), foi retomado o processo de entrega das subsidiárias da Caixa e com isso foi retomado, também, o processo de privatização do banco.
Recentemente a direção da Caixa colocou em andamento o processo de entregar as loterias para a iniciativa privada e, agora, mais essa. No caso da Caixa Seguridade, os abutres financeiros estão de olho num patrimônio de cerca de R$ 48 bilhões que teve um lucro recorrente de R$ 3,482, 26,3% acima em relação a 2022 bilhões, sendo que suas ações tiveram uma valorização de 120% nos últimos 12 meses.
Lembrando que esse processo já sendo colocado em prática desde o famigerado governo FHC (PSDB) em 2001 quando a seguradora francesa, CNP Assurances, aquidiriu da Funcef 50,75% do capital social da Caixa Seguros (antiga SASSE) e estabeleceu uma “parceria” com a Caixa por um prazo de 25 anos, “parceria” essa renovada no governo golpista Bolsonaro em 2018 até o ano de 2041.
Não pode haver dúvidas de que a atual direção da Caixa está totalmente subordinada aos interesses dos banqueiros nacionais e internacionais. É uma administração à la Paulo Guedes (BTGPactual, que tem Paulo Guedes como um dos seus fundadores, também faz “parceria” com a seguradora) de venda das subsidiárias e, ao mesmo tempo, divide os lucros das vendas com outras empresas por meio de “parcerias”, ou seja, a repartição dos lucros com outras empresas, nacionais e estrangeiras como a CNP Assurance, Icatu Seguros, BTGPactual, etc. Dinheiro público indo para o privado.
Nesse sentido, é necessário que as direções sindicais saiam dessa passividade e passem a uma contraofensiva no sentido de defender o patrimônio do povo brasileiro e mobilizar os diversos sindicatos e os trabalhadores das empresas estatais, que sofrem o mesmo processo, a uma gigantesca luta contra a tentativa da direita golpista de privatização do patrimônio do povo brasileiro.