No domingo (4), Guilherme Boulos (PSOL), pré-candidato a prefeitura de São Paulo, expressou através de suas redes sociais apoio a comerciante judia Herta Breslauer, que supostamente teria sido vítima de um “ataque” de cunho “antissemita” dentro de uma loja em que é proprietária, em Arraial D’Ajuda. A solidariedade de Boulos foi expressa através de seu perfil no X.
Herta Breslauer, comerciante judia que defende “Israel” em suas redes sociais, gravou o momento em que Leiva Blanco, mulher chamada de “terrorista” pela dona do estabelecimento, a acusa de ser uma sionista e “assassina de crianças”. Sem provas, Breslauer afirmou que as ações de Leiva Blanco foram motivadas por ela ser uma comerciante judia, e que supostamente Leiva Blanco teria entrado em sua loja gritando e “quebrando tudo”. Leiva Blanco, que, assim como Breslauer, tem sobrenome judeu, é vista no vídeo denunciando os crimes que o sionismo tem perpetrado contra o povo palestino.
Boulos fez eco à acusação de “antissemitismo”, e ainda afirmou que a loja teria sido “destruída”:
“Minha solidariedade à comerciante judia Herta Berslauer, que teve sua loja destruída em Arraial D’Ajuda devido ao antissemitismo. A necessária condenação ao massacre do governo de Israel na Faixa de Gaza não é nem pode ser justificativa de posições antissemitas. Antisemitismo não pode ser tolerado”.
Boulos abriu o jogo. Seu partido, PSOL, que já quase nada declara sobre a situação da Palestina e do massacre perpetrado por “Israel” contra o povo palestino, corre para se solidarizar com o sionismo. O grande perigo, então, não seria matar 30 mil pessoas na Faixa de Gaza, em sua maioria crianças. O grande perigo para a humanidade seria o antissemitismo.
Segundo a investigação do B’Tselem divulgada por MintPress, “dezenas de soldados mascarados, com cães” invadiram a residência dos palestinos, “algemaram três membros da família”, incluindo um menor, “separaram homens de mulheres e crianças e iniciaram uma extensa busca em sua casa”. O ponto culminante desse episódio foi quando “soldadas mascaradas” ameaçaram uma mãe com um cachorro, forçando-a a se despir completamente na frente de seus filhos. O tratamento degradante se repetiu com outras quatro mulheres, forçadas a se deslocar nuas de cômodo para cômodo. Simultaneamente, outros soldados ocupavam-se roubando as joias da família, como revelou o relatório.
No momento em que o sionismo, utilizando-se do nome dos judeus, está matando dezenas de milhares de pessoas, Guilherme Boulos sai em defesa de uma comerciante contra o “antissemitismo” no Brasil. Importante seria Guilherme Boulos responder quantos judeus o “antissemitismo” está matando nesse momento no mundo. Na Palestina, os atingidos pelas bombas ultrapassam 100 mil pessoas. Os atingidos efetivamente são em cerca de dois milhões de pessoas. E os atingidos pelo “antissemitismo”?
Para Boulos, o palestino não é gente. Não são seres humanos. Ele ignora que “Israel” tem 12 mil reféns. O nível de degradação humana fica explícito quando é feita a defesa do sionismo através da defesa dos judeus contra o “antissemitismo”, em detrimento da defesa do povo palestino, que é tratado como uma subraça. Afinal, uma mulher que é acusada de ser “assassina de crianças” mereceria repúdio. Mas 10 crianças amputadas por dia, não comove Boulos.