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Imprensa burguesa

Bolsossionismo não cansa de caluniar o PCO

A campanha baixa de calúnias da direita contra o PCO por causa da defesa do Hamas

Na sexta-feira (15), saiu, no jornal O Dia, uma matéria extremamente caluniosa contra o Partido da Causa Operária (PCO). Sob o título de Partido político PCO faz propaganda de terrorismo, apoia Hamas e estimula discurso de ódio contra judeus, o jornal apresenta uma série de mentiras que servem para defender a cassação do Partido. “Curiosamente”, entretanto, o senhor Alexandre de Moraes e os demais defensores da cruzada contra as “fake news” não se manifestaram (nem se manifestarão) a respeito do artigo em questão.

Se o jornal tem a “decência” de, pelo menos, não atribuir diretamente a morte dos “cerca de 1200 israelenses” ao Hamas, tendo em vista que até mesmo setores do sionismo, como o jornal Haaretz, terem noticiado o fato de que muitos dos civis israelenses foram assassinados pelo exército sionista numa aplicação em massa da doutrina Aníbal; O Dia atribui ao partido palestino a alcunha de “grupo terrorista”.

Antes de mais nada, é sempre importante lembrar que, no Brasil, o Hamas, o Hesbolá etc. não são reconhecidos como organizações terroristas. Mas, como o autor deixará claro no parágrafo seguinte, a opinião importante é a do Departamento de Estado dos Estados Unidos, que financia e arma o regime sionista, perpetrador do genocídio dos palestinos em Gaza.

Segundo o jornal carioca, o primeiro grande crime do PCO seria, então, ter reproduzido “um comunicado do grupo terrorista, em que há convocação dos muçulmanos para oração na Mesquita de al-Aqsa nesta primeira sexta-feira do Ramadã – período sagrado para o Islã. No mesmo texto, o Hamas exalta o ataque a faca cometido contra um judeu“. É evidente para o jornalista responsável pelo brilhante texto que se trata de um crime de ódio; um pobre judeu foi atacado por um palestino “terrorista”, e, fica subentendido, por ser judeu. O PCO estaria, portanto, disseminando em suas redes sociais o antissemitismo.

É surpreendente que O Dia ignore o fato de haver uma guerra em curso na Palestina. O tal “judeu” morto nada mais é que uma das dezenas de milhares de baixas da guerra de libertação nacional palestina. A maioria delas, é claro, civis palestinos assassinados de forma covarde pelos “judeus israelenses”. A morte deles, porém, não importa para o veículo da imprensa carioca: seres humanos são só os “judeus”. Finalmente, não há exaltação alguma ao tal ataque a faca no texto compartilhado, como o leitor poderá em alguns segundos confirmar.

O próximo crime terrível do PCO teria sido um elogio feito ao Hesbolá nas redes sociais oficiais do Partido. “Espertamente”, O Dia nos lembra que o Hesbolá é um “grupo islâmico libanês que apoia o Hamas e defende a destruição do Estado de Israel”. Essa observação “sagaz” vem justamente para justificar a tese de que as redes oficiais do PCO teriam feito publicações de “teor antissemita”. A fraude é evidente: procura-se igualar o sionismo, um movimento político supremacista, com o judaísmo, uma religião mais antiga do que o Estado de “Israel” em alguns milhares de anos.

O jornalista responsável pela matéria certamente não está a par dos diversos protestos na Europa e nos EUA contra o genocídio em Gaza, em que, dentre outros grupos, se destacam os judeus antissionistas que levam adiante a palavra de ordem “não em nosso nome”. Ou seja, para estes judeus, não há concordância alguma entre sionismo e judaísmo. Não sabe ele, também, que muitos desses judeus defendem a destruição do Estado de Israel? Estariam cometendo o maléfico “crime de antissemitismo”?

Mascarada na “inteligentíssima” observação está a falsificação grotesca de que a destruição do Estado de “Israel” daria lugar ao massacre dos judeus, e o PCO estaria de acordo com isso. A destruição do regime nazista alemão levou ao extermínio dos alemães? Não. O fim do apartheid na África do Sul levou ao extermínio dos brancos? Não.

Em meio ao seu trabalho investigativo de grande profundidade, o jornalista chegou ao canal no Telegram do PCO, em que, horrorizado, supostamente viu mensagens de cunho antissemita publicadas por pessoas cuja ligação com o Partido ele não pôde averiguar. Trata-se de uma versão ainda mais rasteira da tese absurdamente antidemocrática de que tudo dito em algum meio de comunicação seria responsabilidade do meio, e não da pessoa que o disse. Não que deva-se defender que atacados sejam os membros do fórum e não o Partido, afinal, a livre expressão é a pedra angular de um regime minimamente democrático.

O próximo grande crime do PCO seria a sua “estreita relação” com o Hamas. “O partido mantém laços com o Instituto Brasil Palestina (Ibraspal), presidido por Ahmad Shehada, irmão de um antigo líder militar do grupo terrorista, morto em um ataque das forças de defesa de Israel”. A existência e o caráter destes laços, o brilhante jornalista não demonstra. Para a calúnia que ele quer levar adiante, não é conveniente dizer que o Partido defende todas as organizações palestinas que apoiam a libertação de seu povo do jugo sionista. Nesse sentido, não choca o fato de ele ter ocultado o apoio que o PCO já deu a organizações como a Fepal, dada a ausência de ligação de seu presidente com o “terrorista” Hamas.

Na discussão das possíveis consequência do gravíssimo crime de defender a resistência armada palestina, e, em particular o Hamas, o jornalista aponta que o Partido estaria em desacordo com o artigo 17 da Constituição de 88. Vale colocá-lo na íntegra:

“Art. 17 É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos: (EC no
52/2006)

I–caráter nacional;

II–proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes;

III–prestação de contas à Justiça Eleitoral;

IV–funcionamento parlamentar de acordo com a lei.

§ 1o É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária.

§ 2o Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.

§ 3o Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei.

§ 4o É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar.”

Tendo em mãos o texto integral do artigo, vamos aos problemas destacados pelo jornalista. São dois: “a defesa do regime democrático e da pessoa humana” e “a proibição de receber recursos oriundos de governo estrangeiro ou subordinação aos interesses de outras nações”. Quanto ao primeiro, os partidos defensores do Estado de “Israel” defendem a “pessoa humana”? Talvez, se assumirmos que os palestinos não são humanos. Quanto à questão da defesa do “regime democrático”, isso impossibilitaria a legalidade da existência de um partido comunista, quem dirá revolucionário.

Antes de tudo isso, entretanto, está o fato de que o artigo não define que determinado partido precisa defender a democracia, apenas que sua criação não pode significar um prejuízo ao “regime democrático”. Mais uma mentira de O Dia.

O segundo ponto ligado à soberania nacional toma dimensões ridículas, tendo em vista a utilização da opinião do Departamento de Estado norte-americano para decidir sobre o que é, e o que não é uma organização “terrorista”. Finalmente, trata-se de uma calúnia baixíssima que insinua que o Partido receberia aporte material do Hamas, algo não demonstrado pelo jornalista. Por outro lado, se ele defende que a defesa dos palestinos feita pelo Partido constitui “subordinação aos interesses de outras nações”, nosso grande jornalista teria admitido a existência da “nação palestina”?

Para defender todo tipo de maracutaia da burguesia, é possível achar um “especialista” de plantão. No caso da brilhante peça de jornalismo, trata-se de Alberto Rollo, “advogado especialista em Direito Eleitoral e mestre em Direito Constitucional pela PUC de São Paulo”. Rollo disse:

“Se ficar comprovado que as postagens representam apoio ao Hamas e ao Hisbolá, que são grupos terroristas que não defendem a democracia e são violentos, o partido estaria infringindo a Constituição e poderia ter o registro cassado. Contudo é necessário que fique comprovado esse tipo de apoio.”

O mestre em Direito Constitucional é incapaz de demonstrar que são grupos terroristas, no entanto. Pois, como o leitor facilmente pode constatar, para a maior parte dos países do mundo, Brasil incluso, Hamas e Hesbolá não são organizações terroristas. O brilhante apontamento de que se tratam de grupos “violentos” merece destaque: enquanto o mundo todo olha horrorizado para a violência extrema perpetrada pelos sionistas na Faixa de Gaza, criminosa seria a violência do Hamas, que luta contra os fascistas “israelenses”.

A farsa cai em descredito logo em seguida: “no entanto, o advogado alerta para a dificuldade de o PCO ter o registro cassado, pois a legislação eleitoral não explicita em que situações tal medida pode ser adotada”. A verdade é que a predileção ideológica do especialista não tem respaldo legal algum, seria preciso uma maracutaia jurídica: “não está na lei ‘hipóteses de cassação do partido’. Contudo, o TSE pode fazer uma construção jurisprudencial na qual fique claro que o partido não cumpriu os princípios estabelecidos na Constituição”.

Em português claro, o TSE poderia cometer uma ilegalidade flagrante e cassar o registro do Partido, porque os sanguinários sionistas não podem aturar aqueles que defendem verdadeiramente os palestinos.

Enquanto aguarda pelo Pulitzer de jornalismo, nosso brilhante redator dedicou mais alguns parágrafos desinteressantes ao “extremismo nas redes”. Enquanto o nosso jornalista exalta a brilhante operação da PF contra o Hesbolá (que de tão ridícula, caiu rapidamente em descrédito), é de conhecimento público a campanha de defesa do genocídio perpetrado pelos sionistas na Palestina nas redes sociais.

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