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Brasil

Às ruas pela Palestina e contra os golpistas de ontem e de hoje

Nessa terça-feira (27), foi feita uma reunião da Frente Brasil Popular (FBP) e da Frente Povo Sem Medo (FPSM) para discutir os próximos passos da mobilização da esquerda

Nessa terça-feira (27), foi feita uma reunião da Frente Brasil Popular (FBP) e da Frente Povo Sem Medo (FPSM) para discutir os próximos passos da mobilização da esquerda no Brasil. Durante o programa Resumo do Dia, transmitido pela Causa Operária TV (COTV), Antônio Carlos Silva, membro da Direção Nacional do Partido da Causa Operária (PCO), que integra a FBP, detalhou como foi a discussão na reunião em questão.

Segundo informa o dirigente do Partido trotskista, a reunião contou com a participação de representantes do PT, incluindo a presidenta do partido, Gleisi Hoffmann; da CUT; do PSOL e de outros partidos e movimentos populares que fazem parte de ambas as frentes.

Fazendo referência à manifestação organizada por Jair Bolsonaro (PL) no último domingo (25), manifestação que contou com a participação de muitas pessoas, o membro da Direção do PCO explica qual foi a reação da esquerda a esta mobilização:

“A esquerda, devidamente, ficou impressionada com o que aconteceu. Houve uma tentativa infantil de negar a importância do ato, mas o que se sobressaiu na reunião foi principalmente a intervenção da companheira Gleisi, refletindo a intervenção do presidente Lula. Os participantes se referiam aos 175 mil que teriam estado presentes na Avenida Paulista. Foi um ato bastante significativo”, disse.

Frente a isso, Antônio Carlos destacou que um dos aspectos positivos da reunião das frentes foi a apresentação de um calendário de mobilização que inclui um ato no dia 23 de março. “Achamos um pouco longe, parece que a esquerda está meio tranquila, mas tudo bem, achamos que é uma iniciativa importante porque tira a paralisia da esquerda de ficar apenas assistindo e ficar torcendo para que a direita tome iniciativa”, afirmou.

Nos últimos dias, surgiu um boato, na imprensa burguesa e em alguns portais de notícia da imprensa progressista independente, de que o ato do dia 23 estaria sendo convocado para pedir a prisão de Bolsonaro no âmbito da investigação sobre sua suposta tentativa de golpe. O Estado de S. Paulo, por exemplo, publicou um artigo afirmando que conversou com um representante da FPSM que teria dito que esta seria uma das principais reivindicações da mobilização.

Antônio Carlos explica, entretanto, que isso não é fato:

Os eixos apresentados pelos setores que se colocam como uma coordenação do movimento foi de defesa da democracia, ‘sem anistia’, 60 anos do golpe [de 64] e contra o genocídio na Palestina”, disse. Ao Diário Causa Operária, Antônio Carlos deixou claro que, apesar de existir um setor que defende a prisão de Bolsonaro como palavra de ordem, ela não foi tirada como uma deliberação da reunião.

Ainda falando sobre as reivindicações da manifestação de março, Silva explicou qual política o PCO defende para a mobilização:

“Nós do PCO e outros companheiros presentes na reunião levantamos o problema de que é preciso ter um eixo para mobilizar o povo, para que o ato não seja um ato para a esquerda falar para a esquerda. Se você quer ter uma mobilização efetiva, é preciso que a CUT, que a Frente Brasil Popular, que a gente retome, como na época da luta contra o golpe, a questão da mobilização em torno de reivindicações concretas.”

Com “reivindicações concretas”, Antônio Carlos explica que o ato do dia 23 não pode ser um ato para falar bem do governo, mas sim “para reivindicar, chamar os trabalhadores para irem às ruas” lutar por “emprego, aumento do salário, exploração do petróleo, mais verbas para a educação, para a saúde, moradia”. “Se você quer mobilizar o povo, você não vai fazê-lo defendendo a democracia”, afirmou.

Além disso, Antônio Carlos afirma que a discussão em relação à defesa da Palestina se deu em torno da questão do 8 de março, Dia Internacional da Mulher Trabalhadora.

“Expressamos na reunião o sentimento nosso e das nossas companheiras do Coletivo de Mulheres Rosa Luxemburgo, que o 8 de março, para ser um dia de luta de verdade, para resgatar a tradição do dia internacional de luta da mulher trabalhador, tem que ser um dia de luta contra o genocídio das mulheres palestinas, que denuncie as mais de 10 mil mulheres assassinadas na Palestina”, afirmou durante o programa.

Ele também informa que, na reunião, foram feitas críticas acerca da mobilização convocada nos últimos anos no 8 de março. Em relação a isso, foi cobrado que haja um esforço das organizações populares e dos partidos no sentido de chamar uma mobilização efetiva.

Acima dessa questão do 8 de março, o dirigente do PCO argumenta que “o ato da esquerda tem que ser o ato da defesa da Palestina, da denúncia do genocídio e do apoio à luta da resistência armada do povo palestino”. Ele citou o fato de que, na manifestação de Bolsonaro na Paulista, muitas pessoas estavam com a bandeira de “Israel” em apoio ao sionismo.

Em relação à organização do ato, os membros presentes na reunião acordaram que, no dia 23, não haverá um ato concentrado, por exemplo, em São Paulo, mas sim atos menores em todas as capitais. Ao comentar sobre isso, Antônio Carlos afirmou que foi uma decisão acertada para “mobilizar por todo o País no dia 23”.

“Na medida em que há uma avaliação que, nesse momento, não haveria possibilidade de um ato gigantesco, […] achamos que é uma política correta para acumular força para que haja um incremento na mobilização”, disse.

Para finalizar, o membro da Direção do PCO afirmou o seguinte:

“Não dá para dizer que houve um acordo total nas reivindicações. Vamos para o ato, mas com críticas. Por exemplo, se é para ser um ato contra os golpistas, tem que ser um ato contra todos os golpistas […] Contra os golpistas de ontem e de hoje, os golpistas de 64, os golpistas de 2016, os que gostariam de ser golpistas em 2023. Não vamos para o ato para dizer que tem que prender o Bolsonaro e defender que Alckmin deve ser perdoado, que a Marta Suplicy deve ser perdoada, defender que o ‘Xandão’, o Gilmar Mendes e tantos outros que deram o golpe em 2016 são nossos amigos, são nossos aliados.”

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