No último dia 23, o jornal libanês Al Mayadeen foi alvo de mais um capítulo de censura quando o Facebook, rede social do monopólio Meta, desativou a página do órgão. Alegando violações das diretrizes comunitárias, o gigante das redes sociais justificou a medida com base em posts que relatavam o massacre cometido por “Israel” em um subúrbio de Beirute. Essa ação, no entanto, faz parte de uma campanha global de repressão, que não é limitada ao Al Mayadeen. Há uma clara tentativa de silenciar vozes dissidentes ao imperialismo, como as imprensas russas, chinesas e iranianas, em uma cruzada que abrange desde a RT até outros veículos de resistência.
A exclusão da página do Al Mayadeen pelo Facebook não foi um evento isolado. Nos últimos anos, o canal de notícias tem sido repetidamente atacado por plataformas de imprensa social e governos imperialistas por sua postura firme em denunciar as atrocidades cometidas por “Israel” e apoiar movimentos de resistência, como o Hesbolá e a Resistência Palestina. A decisão de remover o Al Mayadeen do ar, após reportagens sobre os assassinatos de importantes comandantes da resistência libanesa como Ahmad Wehbe e Ibrahim Aqil, é parte de uma estratégia mais ampla de censura promovida pelo imperialismo.
O governo “israelense” tem exercido uma influência considerável nas políticas de imprensa de grandes plataformas como Facebook, Instagram e YouTube. Não é a primeira vez que “Israel” pressiona plataformas globais para censurar conteúdos que revelem suas ações militares e os crimes monstruosos contra a população civil.
Em julho de 2022, “Israel” já havia banido o Al Mayadeen por transmitir relatos considerados “incômodos” para a narrativa oficial do governo “israelense”, especialmente sobre a ocupação dos territórios palestinos. Essa onda de censura, no entanto, não se limita ao órgão libanês.
O imperialismo, sob a liderança dos Estados Unidos e de seus aliados da União Europeia, tem promovido uma campanha global de silenciamento contra imprensas que desafiam a versão oficial dos acontecimentos dada pela ditadura dos monopólios. O caso da RT (Russia Today) é um exemplo emblemático.
A RT foi amplamente restrita em plataformas ocidentais desde o início da guerra na Ucrânia, com alegações de que promovia desinformação e propaganda pró-Rússia. Contudo, a verdade por trás dessas ações é uma tentativa coordenada de eliminar quaisquer versões alternativas dos eventos globais, criando uma monocultura informacional favorável ao imperialismo e sua versão única da história.
Além da RT, outros veículos como o Sputnik da Rússia e a CGTN da China, também foram severamente restringidos, especialmente após o aumento das tensões geopolíticas envolvendo esses países. A imprensa chinesa, por exemplo, é rotineiramente censurada ou acusada de propaganda, especialmente em questões relacionadas aos territórios chineses de Taiwan e Hong Kong e ao Mar do Sul da China, áreas estratégicas onde os EUA possuem interesses diretos. Isso demonstra uma política de censura seletiva, onde qualquer conteúdo que desafie os interesses geopolíticos dos EUA e seus aliados é rotulado como desinformação ou discurso de ódio.
No Oriente Médio, órgãos de imprensa iranianos como a Press TV têm sido alvos consistentes de censura. Desde a Revolução Islâmica de 1979, o Irã tem sido um dos maiores antagonistas do imperialismo, o que explica a hostilidade contra seus veículos de comunicação.
A Press TV foi banida de plataformas imperialistas como o YouTube e suas contas em redes sociais foram suspensas várias vezes sob os mais frágeis pretextos. Assim como Al Mayadeen, a Press TV relata frequentemente sobre as atrocidades cometidas por “Israel” e o apoio militar e financeiro que os EUA fornecem ao regime sionista, algo que os censores preferem manter fora do alcance das audiências ocidentais.
Especialmente quando traz à tona as agressões cometidas por potências imperialistas, a propaganda das nações rebeldes é automaticamente classificada como “desinformação”. Isso faz parte de um esforço coordenado para garantir que apenas as narrativas que reforçam a ditadura dos monopólios sejam aceitas e amplamente divulgadas.
A censura não se trata de proteger o público de desinformação, mas de moldar a opinião pública para sustentar a política imperialista. Ao sufocar as denúncias do genocídio e a ocupação, os grandes conglomerados de imprensa e as plataformas de redes sociais estão trabalhando em conjunto para garantir que apenas uma versão da história prevaleça — a versão que legitima a ditadura sionista. A luta pela verdade e pela liberdade de expressão é uma batalha dos trabalhadores, e o caso do Al Mayadeen serve como um lembrete de que o imperialismo, enquanto se apresenta como defensor da “democracia” e da liberdade, recorre à censura brutal quando é confrontado.