Nessa quinta-feira (25), a Polícia Federal (PF) cumpriu 21 mandados de busca e apreensão, bem como medidas cautelares diversas, no âmbito da Operação Vigilância Aproximada. Um dos alvos da operação é o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de Jair Bolsonaro.
Segundo a PF, seus agentes invadiram não só o seu gabinete na Câmara dos Deputados, como também uma de suas residências na Barra da tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro.
A operação no âmbito da qual a PF está investigando Ramagem supostamente investiga uma organização que teria se instalado na Abin para monitorar, de maneira ilegal, autoridades públicas e outras pessoas.
A PF afirma, por exemplo, que o grupo utilizava ferramentas de geolocalização de dispositivos móveis sem a autorização judicial necessária.
Além dos locais ligados a Ramagem, os mandados de busca e apreensão também foram cumpridos em outros lugares em Brasília (18), em Juiz de Fora/MG (1), São João Del Rei/MG (1) e Rio de Janeiro (1).
“As provas obtidas a partir das diligências executadas pela Polícia Federal à época indicam que o grupo criminoso criou uma estrutura paralela na Abin e utilizou ferramentas e serviços daquela agência de inteligência do Estado para ações ilícitas, produzindo informações para uso político e midiático, para a obtenção de proveitos pessoais e até mesmo para interferir em investigações” , diz a PF em nota.
Além disso, segundo informações da imprensa burguesa, citando a própria Polícia Federal, foram apreendidos celulares e notebooks no apartamento funcional de Ramagem que ainda pertencem à Abin. Em outras palavras, levantou-se a suspeita de que o deputado continuou recebendo informações de dentro da Abin mesmo após deixar o comando do órgão.
No total, apenas na residência de Ramagem, foram apreendidos seis celulares, quatro notebooks, 20 pen-drives e diversos documentos, alguns que também eram ligados à Abin.