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Camilo Duarte

Militante do PCO e colunista do Diário Causa Operária. É formado em Física pela UFPB.

Coluna

A unidade dos que lutam pela Educação

Em resposta à política da direita de ataque à educação, é necessária uma unidade de estudantes e trabalhadores

Em resposta à greve nacional dos servidores da educação, que solicitavam um reajuste de 10,34% anual de 2024 a 2026, o governo manteve sua proposta de índice zero para 2024, duplicou o pequeno índice proposto para 2025 e diminuiu o previsto para 2026 de 4,5% para 3,5%.

Fora o atendimento parcial de equiparação dos benefícios, a equiparação do Incentivo à Qualificação indireto com o direto, os demais pontos de negociação não avançaram ou foram considerados pelo governo. 

Dividir para enfraquecer

O que o governo está pondo em prática é uma política imposta pela direita de dividir para enfraquecer. Em vez de se negociar o funcionalismo na totalidade, até servidores do mesmo ministério são segregados, têm suas bases rasgadas. Assim, foram formadas 60 mesas de negociações especificas.

Existem outros truques políticos utilizados para dividir os servidores. Em 2012 e agora novamente foi proposto um reajuste considerável aos docentes, alocando 60% dos novos recursos destinados. Essa manobra não se tratar de um ganho real nem mesmo à categoria contemplada, o reajuste é significativo apenas para os docentes em final de carreira, que representam uma parcela muito pequena da categoria.

Unir para derrotar a direita

É preciso unificar os ativistas em greve para derrotar a direita, que se encontra fora e dentro do governo Lula. A direita defende essa política de reajuste zero para poder saquear os recursos públicos, um exemplo são os dividendos extraordinários pagos pela Petrobrás, da ordem de R$22 bilhões.

Apenas a unidade daqueles que estão lutando pelas condições de vida dos trabalhadores pode alterar essa situação. Temos que unificar e radicalizar essa luta, como única forma de garantir ganhos aos servidores.

A que levar o “Fora Lula”

Essa semana foi fixada uma faixa com “Fora Lula — inimigo da educação” na cerca de um dos campi do IFRN. Não por coincidência, o sindicado local, Sintest-RN, esta sob direção política do PSTU, sendo filiado a sua “central sindical” CSP Conlutas, que não é uma central sindical de verdade.

Utilizar a luta em defesa das condições de vida da categoria para outros fins, além de ser um estelionato político, apenas confunde e divide os trabalhadores, lhe ocasionando danos. Temos que condenar a palavra de ordem “Fora Lula”. Essa política é a mesma do “Fora Dilma” ou “Fora Todos”, que além de não trazer ganhos aos servidores, serviu ao golpe de Estado de 2016, permitindo que a direita realizasse o maior ataque às condições de vida da classe trabalhadora da última década.

Qual o objetivo do movimento?

Alguns grupos, como o PSOL-Travessia, TAES na Luta, MLC, PSTU, parecem ter como objetivo principal não a vitória dos trabalhadores com a greve atendida em suas reivindicações, mas sim atacar o governo Lula com a direita.

Essa politica divide e enfraquece o movimento e não serve a outro setor que não seja a direita. Lutamos por nossas condições de vida e fazemos greve o quanto for necessário, a posição dessa parcela direita do PT de se opor à greve pode se torna um anúncio de morte ao partido que nasceu das greves.

Temos que promover a unidade para derrotar a direta e, assim, obter o REAJUSTE e REESTRUTURAÇÃO na carreira. Essa luta deve ser travadas NAS RUAS, forçando o governo em direção à esquerda.

Uma nova marcha

O ato nacional em defesa da educação pública foi um sucesso, e deve ser repetido com uma convocação das entidades do funcionalismo para reforçar a atividade. Por isso a importância do ato nacional chamado para o dia 22 de MAIO, em defesa do serviço público, da educação pública, contra a direita e contra a política de déficit zero.

É preciso transforma esse ato em uma nova Marcha à Brasília dos servidores, com uma mobilização de amplas categorias. Temos que discutir a unificação das assembleias para colocar dezenas de milhares de servidores neste novo ato.

Uma política educacional

Toda greve na educação é uma greve política. Nesse caso, está se disputando qual será a política do governo para a educação. Agora em oposição a uma educação pública e universal, temos a inserção no MEC de Paulo Lehmann, representado os interesses dos banqueiros para este setor.

Não é por acaso que foi o ministro Camilo Santana, que introduziu sinistramente o grupo do banqueiro, trambiqueiro e bilionário Lemann para “opinar” no MEC, quem atacou a greve como “prejuízo para Brasil e para alunos”. A greve é uma defesa do ensino publico e universal, que naturalmente polariza com aqueles contrários a essa orientação política.

Polarização essa expressa perfeitamente numa faixa “Fora Lehmann — Não ao Novo Ensino Médio”, no ato do dia 17 em Brasília. É preciso aumentar a unidade dos servidores com aqueles que mais sofrem com esta política, os discentes, realizando uma frente entre estudantes e trabalhadores da educação em todos os níveis.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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