Os Estados Unidos enviaram um contingente com pessoal militar para o Chipre, e Londres anunciou que enviará 700 efetivos para a ilha do Mediterrâneo oriental, localizada a menos de 300 quilômetros do Líbano. Segundo a rede de mídia estadunidense CNN, “dezenas de soldados estadunidenses foram desdobrados no Chipre em meio a uma marcada escalada de tensões entre Israel e o Hezbollah, e se preparam para uma série de contingências”.
Anteriormente, o secretário de imprensa do Pentágono, o major-general Pat Ryder, havia antecipado que o exército estadunidense desdobraria “um pequeno número de pessoal militar estadunidense”, mas se recusou a divulgar o número de efetivos e as características do contingente.
O desdobramento ocorre um dia depois de Tel Aviv confirmar o recebimento de 8,7 bilhões de dólares para apoiar os “esforços de guerra” levados adiante por Israel.
Por sua vez, o Reino Unido anunciou na terça-feira que enviará 700 tropas para o Chipre com o pretexto de se preparar para uma possível evacuação de emergência de cidadãos britânicos do Líbano, se necessário.
Enquanto isso, um funcionário de segurança israelense disse à agência de notícias francesa AFP que qualquer invasão terrestre israelense ao Líbano seria executada o mais rapidamente possível.
“Tentaremos fazê-lo o mais breve possível (…) Acredito que estamos nos preparando para isso todos os dias e, com certeza, está dentro das nossas possibilidades”, declarou o funcionário anteriormente citado.
Ao mesmo tempo, aviões israelenses lançaram nesta sexta-feira dezenas de ataques aéreos sucessivos sobre o sul do Líbano e o Vale do Bekaa, na maior agressão desde o início da invasão a Gaza, em 7 de outubro de 2023.
De acordo com o Ministério da Saúde, pelo menos 25 pessoas morreram sob os bombardeios na manhã desta sexta-feira.
Segundo as autoridades, desde a última segunda-feira, pelo menos 700 libaneses e libanesas perderam a vida, vítimas dos ataques israelenses, incluindo 50 crianças e 94 mulheres, em todo o Líbano desde o último 23 de setembro.
O coordenador humanitário da ONU no Líbano advertiu que o país enfrenta um derramamento de sangue não visto em décadas e que a crise poderia se deteriorar ainda mais.
“As recentes escaladas de violência no Líbano são catastróficas”, afirmou o coordenador humanitário Imran Riza. “Estamos presenciando o período mais letal no Líbano em uma geração, e muitos expressam o temor de que isso seja apenas o começo”.
Nesta sexta-feira, havia 446 escolas, universidades e institutos convertidos em abrigos para pessoas deslocadas, de acordo com uma lista atualizada do Comitê Nacional de Coordenação de Operações de Resposta a Desastres e Crises do Líbano.