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Guerra na Palestina

A morte do turismo em ‘Israel’, mais uma vitória do Hamas

A operação Dilúvio de al-Aqsa não teve só um gigantesco êxito militar, ela também causou o maior dano econômico ao Estado de “Israel” em sua história

A operação dilúvio de al-Aqsa teve um impacto gigantesco em todos os âmbitos da sociedade israelense. A vitória do Hamas foi gigantesca. Um dos setores econômicos mais afetados foi o do turismo, que após quatro meses da guerra na Faixa de Gaza, está em ruínas. Isso foi revelado pelo próprio ministro do governo, mas também pelos dados econômicos gerais. O impacto no turismo israelense é importante, pois era uma das grandes formas de propaganda dos isrealenses para o mundo e um dos pilares do sionismo é justamente sua indústria de propaganda que até tem nome, o Hasbará.

Um grupo comercial que representa grandes empresas de turismo israelenses está sofrendo muito com a situação, a Câmara de Organizadores de Turismo Receptivo. Seu diretor-geral, Yossi Fattal, afirmou que “antes da crise, havia 250 companhias aéreas operando em Israel, e agora apenas 45 estão em operação”. Na mesma entrevista, concedida ao portal Maariv, ele afirmou que “Israel” está completamente isolado do mundo em relação à aviação e relatou que 80% dos voos agora são operados pela israelense El Al.

Fattal ainda frisou a importância da propaganda de “Isarel” que está sendo diretamente afetada pela guerra. Ele deixou claro que a guerra está prejudicando a “imagem estratégica de Israel”. E ainda exigiu, de forma desesperada, que o governo sionista encontre uma maneira de atrair turistas para “Israel” apesar da guerra em curso. Em suas palavras: “Jordânia e Egito, que também são afetados, financiam as companhias aéreas que trazem os turistas para seu território. Hoje, Israel não financia o seguro para companhias aéreas estrangeiras, apenas as israelenses”.

E por fim, ele concluiu que levará “dois ou três anos” para reconstruir a reputação de “Israel” e permitir que as companhias aéreas retomem as operações após o fim da guerra. É um comentário extremamente otimista. É provável que o golpe dado pelo Hamas ao setor do turismo seja permanente, isso, é claro, se o Estado de “Israel” durar muito mais tempo. A verdade é que a reputação de “Israel”, que o próprio Fattal cita, foi totalmente destruído por sua campanha genocida na Faixa de Gaza. Essa foi a grande vitória do Hamas em relação a esse setor econômico do sionismo, dificilmente ele irá se recuperar.

O turismo e a economia

O turismo representa mais de 3% do PIB de “Israel” e emprega diretamente cerca de 200.000 pessoas, segundo o Ministério do Turismo. Em janeiro, o índice israelense Phoenix Gamma revelou o quanto o setor de turismo israelense sofreu após a Operação dilúvio de al-Aqsa no 7 de outubro de 2023. Foi feita uma análise do ciclo de compras, números de transações e valores médios de compra semanais, os últimos dados para o último trimestre de 2023, o que resultou em um resultado terrível.

Os dados revelam que o setor do turismo sofreu uma diminuição de 73% no faturamento em comparação com o final de 2022. As transações despencaram 64%, acompanhadas por uma queda de 26% no valor médio de cada transação. Restaurantes, cafés e estabelecimentos de fast-food enfrentaram uma diminuição de 16% no faturamento, com as transações caindo 1,5% ano a ano. Nas duas primeiras semanas da guerra em Gaza a atividade foi quase a zero. Devido ao medo da resistência palestina, os colonos israelenses não saíram de suas casas, o que resultou em uma diminuição de quase 40% nos faturamentos e transações para restaurantes.

Os danos na economia foram bem maiores do que apenas no turismo. Sem conseguir arcar com os gastos da guerra, “Israel” anunciou que pedirá emprestado quase US$ 58 bilhões este ano. Isso é equivalente a quase US$ 23.000 por domicílio, e três vezes o valor do déficit fiscal em 2022. Já a Moody’s, empresa que classifica a confiabilidade para crédito, diminui a situação de “Israel” de A1 para A2. A empresa afirmou que as finanças precárias do país e o potencial da guerra em Gaza de “enfraquecer suas instituições executivas e legislativas” são os motivos para a modificação.

Já em meados de fevereiro, a Moody’s tomou mais medidas e rebaixou a situação de depósito de cinco bancos israelenses, de A2 para A3, e ainda definiu que a perspectiva a longo prazo é negativa. Os bancos afetados foram: Bank Leumi Le-Israel, Bank Hapoalim, Mizrahi Tefahot Bank Ltd., Israel Discount Bank Ltd. e First International Bank of Israel Ltd. (FIBI). A Moody’s afirmou que o rebaixamento é “impulsionado por um suporte governamental menor incorporado nesses ratings devido ao rebaixamento dos ratings soberanos de Israel”.

A baixa confiança da capital financeiro no Estado de “Israel” é um sinal muito importante. Esse é o setor que domina toda a economia mundial. Os grandes bancos, portanto, encaram as perspectivas para o sionismo como muito ruins. Esse fator não pode ser subestimado. É uma vitória gigantesca para o Hamas. O partido palestino jogou “Israel” na pior crise de sua história, uma crise que apresenta por muitos lados características de uma crise terminal.

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