Previous slide
Next slide

Coluna

A Indústria do Holocausto, de Norman Finkelstein

Livro mostra para o leitor brasileiro o uso da chantagem como arma imperialista

A Indústria do Holocausto: reflexões sobre a exploração do sofrimento judeu é um livro escrito pelo cientista político judeu norte-americano Norman Finkelstein, um dos mais sérios oponentes do sionismo na atualidade.

Publicado no Brasil em 2001, a obra, ao contrário do que se poderia imaginar, não é conceitual ou teórica. Na verdade, lembra uma grande reportagem, quase um documentário.

O autor conta como foi formada, com a desculpa de defender sobreviventes dos campos de concentração nazista na II Guerra mundial, uma verdadeira indústria de indenizações que, após alguns anos, pouco fez pelos sobreviventes e seus herdeiros de fato.

O livro aponta como, durante a década de 1990, já na questão identitária nos Estados Unidos, estabeleceu-se uma verdadeira caça aos espólios de judeus sobreviventes e dos falecidos.

Finkelstein tem um interesse pessoal no assunto. Seus pais sobreviveram aos campos na Polônia e na Alemanha, se conheceram após a II Guerra e migraram para os Estados Unidos. O autor nasceu em 1953 e cresceu em um ambiente no qual os pais pouco falavam sobre o assunto.

Seu pai foi obrigado a enfrentar uma rotina de trabalhos forçados por mais de três anos e a mãe só não foi para uma câmara de gás em Auschwitz graças aos soviéticos. No final, ela recebeu pouco mais de três mil dólares de reparação.

O problema apontado por Finkelstein é que, no final da década de 1990, as organizações ditas humanitárias que se colocavam como representantes desses sobreviventes levantaram bilhões de dólares em indenizações.

Basicamente, tudo foi organizado, como não poderia deixar de ser, nos Estados Unidos. Os atores foram ONGs, escritórios de advocacia, políticos e muita mídia. Em nome da causa humanitária, eles foram atrás das economias de países europeus.

O primeiro caso é o da Suíça, cujos bancos foram acusados de esconderem bilhões de dólares em depósitos. Não que os bancos suíços mereçam muita consideração, mas o truque foi gerar o escândalo, acusar de antissemitismo e obrigar o pagamento de bilhões, sem que uma auditoria adequada fosse realizada, conta Finkelstein. Com a reputação em risco, os bancos cederam.

Na sequência, os grupos foram para outros países, como a Polônia, Alemanha e até em Belarus para reaver propriedades e dinheiro. Segundo Finkelstein, os bancos americanos receberam a mesma quantidade de depósitos de judeus europeus quanto os bancos suíços, mas os primeiros nunca passaram pela mesma situação.

Na verdade, o autor deixa claro que houve uma instrumentalização do genocídio perpetrado pelos alemães na II Guerra Mundial que, juntamente com acusações de antissemitismo, foram usados para destruir reputações e fazer com que grupos duvidosos se tornassem muito ricos. A perseguição foi contra a economia de vários países europeus, excetuando-se o Reino Unido e, do lado de cá, os Estados Unidos.

Para nós brasileiros, que vivemos a Lava-Jato, é possível perceber uma certa semelhança na forma de atuação, como se fosse uma fórmula.

Contudo, como aqui não houve passado nazista, nem campo de concentração, os perpetradores valeram-se da instrumentalização da “corrupção”. O resultado foi a destruição da Petrobrás e das indústrias naval e de construção civil no país.

Os atores, como sabemos, são os mesmos: ONGs, advogados, lobistas, políticos, juízes, procuradores e, claro, a mídia.

Fundos bilionários também estavam sendo organizados como forma de compensação, mas foram impedidos pela justiça, nos poucos momentos de lucidez ao longo de todo o espetáculo. Porém, saibamos, essa máquina inescrupulosa continua viva e prepara novos ataques.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Rolar para cima

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.