A repressão ao carnaval do Partido da Causa Operária (PCO) em São Paulo, no último sábado (10), não é apenas um incidente isolado, mas sim um reflexo do desejo da burguesia de sufocar essa que é a maior festa popular do mundo. A fiscalização da Prefeitura, acompanhada pela Guarda Civil Metropolitana (GCM), não só tentou proibir o evento no Centro Cultural Benjamin Péret (CCBP) como também roubou mesas, cadeiras, alimentos e bebidas do local. >>> Prefeitura de São Paulo tenta proibir carnaval do PCO
A atitude autoritária dos agentes municipais, que se recusaram a se identificar e ameaçaram rebocar o veículo do Bar Jacobinos ao serem questionados, revela a postura dos ricos em relação ao Carnaval. A burguesia há tempos tenta controlar essa manifestação popular, visto que a presença massiva das pessoas nas ruas durante o Carnaval significa não só uma gigantesca manifestação popular, como também garante liberdade de expressão para denunciar o que precisa ser denunciado.
A esquerda pequeno-burguesa, a reboque da política do imperialismo, mostra sua incompatibilidade com o povo e o seu conluio com a burguesia ao criticar o Carnaval e outras expressões culturais populares, como o futebol. Essa postura burguesa é evidente na tentativa de impor restrições ao Carnaval, em relação ao uso de fantasia, a exemplo a propaganda feita pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB) que, recentemente, se manifestou sobre o Carnaval, lançando uma série de cartões virtuais. A política defendida pelo PCdoB ressalta a importância de um “carnaval sem preconceito”, mas vai além, orientando sobre quais fantasias devem ser evitadas.
Curioso notar que, entre as recomendações em questão, está a recomendação para que as pessoas não se vistam como judeus. Enquanto a Palestina enfrenta um genocídio, a menção específica aos judeus em detrimento de outras etnias sugere qual é a verdadeira preocupação: defender os sionistas.
Não é à toa que o partido se preocupa bem mais em censura a manifestação mais popular do Brasil que defender a luta do povo palestino, não se esforçando minimamente para convocar e participar dos atos que ocorreram nos últimos meses.
Voltando para o Carnaval, essas orientações não se limitam apenas à questão étnica, mas também abordam temas como a pintura do rosto de preto (blackface), que é considerada ofensiva, a “hipersexualização de profissões”, entre outras. Essa abordagem detalhada e restritiva demonstra como a liberdade de expressão no Carnaval está sendo cerceada.
O Carnaval, historicamente, foi uma válvula de escape para as classes populares, permitindo que as pessoas extravasem suas frustrações e desfrutem de momentos de alegria e descontração. No entanto, a burguesia e alguns setores da esquerda, como foi visto, insistem em renegar essa festividade, impondo uma série de restrições e censuras sob o pretexto de combater o preconceito.
Essa abordagem moralista e controladora reflete uma mentalidade autoritária, que busca cercear a liberdade individual e coletiva em nome de uma suposta correção política. As tentativas de proibir determinadas fantasias ou comportamentos durante o Carnaval revelam uma visão estreita e punitiva, que não respeita as tradições e expressões genuínas do povo.
É importante ressaltar que o Carnaval é uma festa democrática e inclusiva, que deve ser celebrada sem restrições ou censuras. A repressão ao Carnaval representa uma violação dos direitos fundamentais dos cidadãos e uma tentativa de controlar a expressão cultural e artística do povo.
Diante disso, é fundamental defender o direito do povo brasileiro de celebrar o Carnaval de forma livre e irrestrita. A festa popular é uma manifestação legítima da cultura nacional e deve ser protegida contra qualquer forma de censura ou repressão. A atitude autoritária da Prefeitura de São Paulo deve ser repudiada, e a luta pela liberdade de expressão e pelo direito à diversão deve ser intensificada.
Por fim, é necessário abordar a importância do Carnaval como uma forma de resistência cultural e política. Desde a época do Império, o Carnaval tem sido alvo de repressão por parte da burguesia, que vê na festa uma ameaça ao seu poder. É fundamental que se trave uma luta pelo direito do povo brasileiro de celebrar o Carnaval de forma livre e irrestrita.