Nesta quinta-feira (18), completam-se 48 anos do episódio sangrento que ficou conhecido como Massacre de Karantina, no qual mais de 1500 palestinos refugiados no Líbano foram mortos por partidos cristãos católicos e suas milícias armadas. A “limpeza étnica” realizada pelo Partido Cataeb, da qual os milicianos eram conhecidos como Falangistas, foi um dos primeiros grandes massacres da Guerra Civil Libanesa, que durou de 1975 a 1990.
Localizada a leste de Beirute, Karantina era um “bairro” pobre predominantemente muçulmano situado em uma região de maioria cristã. Era controlada pelas forças da Organização para a Liberação Palestina (OLP) e seus habitantes eram palestinos, sírios, curdos e armênios.
O povo palestino se refugiou no Líbano durante a Nakba (palavra árabe que significa catástrofe e que designou o êxodo palestino no período), quando fugiram ou foram expulsos de seus territórios entre 1947 e 1948, meio à guerra Civil no Mandato da Palestina e a Guerra Árabe-Israelense.
Neste contexto, a Guerra Civil Libanesa teve início em 1975. Considerado até os anos de 1920 um estado multiétnico, com a coexistência de muçulmanos sunitas e xiitas junto aos cristão maronitas, o Líbano sofreu forte influência francesa com a colonização, o que resultou em uma hegemonia cristã sobre uma população de maioria muçulmana.
A situação aumentou a tensão no território e foi agravada quando o imperialismo norte-americano e “Israel” se envolveram no conflito, fornecendo treinamento, inteligência militar e armamento às milicias maronitas.
O Massacre de Karantina, que aconteceu no dia 18 de janeiro de 1976, selou a participação imperialista e deu início à sucessão de eventos que estima-se causou aproximadamente 150 mil mortes até 1990, quando teve fim a Guerra Civil Libanesa.