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Capacho do imperialismo

Um Banco Central a serviço da sabotagem contra o país

É preciso um amplo movimento pela reversão da independência do Banco Central, que atua como um elemento ativo de atraso para os interesses do país

A independência do Banco Central se confirma novamente como um elemento de atraso para os interesses do país. Não por acaso, sempre foi uma imposição do imperialismo para o Brasil. Efetivada durante o governo de Jair Bolsonaro, o BC ficou totalmente a reboque dos interesses estrangeiros que impedem o desenvolvimento nacional. Aliás, a medida fala muito sobre o suposto patriotismo do ex-presidente, um nacionalismo para inglês ver.

A taxa básica de juros (Selic) está mantida há meses em 13,75% — o maior patamar do mundo, mesmo que a inflação brasileira esteja diminuindo e não seja uma das maiores a nível mundial. Em outros termos, a taxa é mantida às alturas sem uma justificativa para isso, sabotando o programa nacionalista do governo Lula, que, mesmo de forma limitada, quer uma política de desenvolvimento econômico e aumento dos benefícios sociais. Trata-se, efetivamente, de uma sabotagem contra o país.

O caráter retrógrado e pró-imperialista do atual comando do Banco Central, dirigido por Roberto Campos Neto, foi confirmado novamente na semana passada. Na quinta-feira, em uma entrevista concedida à BlackRock, o presidente do BC afirmou que estuda terceirizar a gestão de ativos brasileiros. A BlackRock é uma empresa dos Estados Unidos e uma das maiores empresas de investimentos (leia-se, especulação financeira) do mundo.

O Banco Central, agora controlado pelo imperialismo, é responsável pela gestão das reservas internacionais brasileiras, na casa de US$ 380 bilhões.

“A gente está aberto a essa terceirização, gestão externa vamos dizer… Hoje a grande parte da gestão não é terceirzada, mas a gente está aberto a fazer isso nessa área, principalmente, porque a gente está olhando agora para novas classes de ativos”, afirmou Campos Neto.

“A gente entendeu que alguns programas de gestão terceirizada a gente podia fazer dentro do Banco Central, e isso ia gerar uma sinergia positiva, porque o pessoal da equipe operacional do Banco Central ia aprender sobre ativos e aprender sobre ativos ajuda muito a atividade do dia a dia do Banco Central”, disse.

“A gente, outro dia, comentou de pensar em algumas classes de ativos que a gente não opera ainda, fazer… sempre tentando aprender o máximo sobre o maior número de ativos dentro dos critérios que eu mencionei anteriormente, que é a preservação de capital e governança e sustentabilidade”, afirmou.

A proposta é um escândalo! Campos Neto quer entregar as reservas internacionais brasileiras — que garantem a sobrevivência do país em tempos difíceis — a fundos internacionais. 

Após a declaração, o Partido dos Trabalhadores (PT) se manifestou corretamente, mais uma vez, pela saída de Campos Neto do comando do banco, denunciando novamente que o dirigente do BC atua como o principal sabotador do atual governo. “Campos Neto perdeu a vergonha. Na mesma semana em que tentou censurar os diretores do BC, ele aparece em entrevista à BlackRock dizendo que planeja dar a gestores privados a administração das reservas internacionais do Brasil. CHEGA DE SABOTAGEM. FORA, CAMPOS NETO!”, escreveu o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) nas redes sociais.

Antes disso, Lindbergh apontou, em entrevista à TV 247, que o BC é o “último refúgio bolsonarista” dentro do governo do presidente Lula, trabalhando para sabotar a economia brasileira. “A autonomia do BC é como se fosse o último refúgio bolsonarista no governo. Campos Neto trabalha para prejudicar a economia, fazer com que a economia fique travada, a gente não consiga gerar tantos empregos e o Lula perca popularidade. Temos um Congresso conservador, mas essa é a grande batalha nossa nesse período, fazer a pressão contra Campos Neto”, afirmou.

Por mais que Campos Neto não seja o “último refúgio bolsonarista”, num Estado inflado por setores da direita golpista, sua atuação no Banco Central, de fato, é um dos principais instrumentos de sabotagem contra o atual governo, mas principalmente contra os interesses populares e a economia nacional.

Já a presidente do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), escreveu no Twitter:

“Campos Neto, responsável pelo Brasil ter o maior juro do planeta, agora quer terceirizar ativos do BC. É isso, tirar do Estado e deixar ao bel prazer do mercado. E o que acontece com as reservas de U$ 340 bilhões? Não explicou até agora o tal erro contábil de R$ 1 trilhão no banco e ainda quer entregar o que é do povo?! Tá pedindo pra sair. Senado tem que agir, já pedimos investigação sobre sua gestão. FORA CAMPOS NETO!”

O vice-líder do governo Lula na Câmara dos Deputados, Rogério Correia (PT-MG), chamou Campos Neto de “pilantra” e destacou que “o senado tem tudo agora para destituir este quinta coluna”.

A ideia proposta por Correia e Gleisi, no entanto, é improvável. Não apenas o Senado, como a grande maioria das instituições brasileiras, está a serviço dos interesses imperialistas contra o governo Lula. Na realidade, as declarações dos petistas demonstram o erro da política do atual governo de apostar nas instituições golpistas.

Ao contrário, para derrotar a política do Banco Central e de toda a direita golpista, o governo Lula deve se apoiar na mobilização popular. As organizações populares — partidos de esquerda, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e os movimentos por moradia, terra, entre outros — devem mobilizar os trabalhadores para derrotar a sabotagem à economia nacional e aos interesses do povo.

É preciso um amplo movimento pelo desenvolvimento do país e pela melhoria das condições de vida da população. Isso passa, necessariamente, por uma mobilização pela reversão da independência do Banco Central.

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