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Marcelo Marcelino

Membro Auditoria Cidadã da Dívida Pública (ACD) nacional, sociólogo, economista e cientista político, pesquisador do Núcleo de Estudos Paranaenses – análise sociológica das famílias históricas da classe dominante do Brasil e membro do Partido da Causa Operária – Curitiba.

Lightr

“Trio de ferro” da Ambev leva mais uma empresa à falência

Os gananciosos capitalistas continuam dilapidando o patrimônio público e roubando o povo brasileiro no setor elétrico a partir da crise na Light

Nessa sexta-feira (12), o Grupo Light entrou com um pedido de recuperação judicial de cerca de R$11 bilhão em dívidas.

Este Diário já havia denunciado o escandaloso esquema fraudulento da aquisição e da administração da Light em outras matérias anteriores. Todas as matérias envolvendo grupos do setor elétrico, seja regional como federal tem a participação do famoso “trio de ferro” do grupo gigantesco de bebidas da Ambev; isto é, Lemann, Teles e Sicupira; que não coincidentemente figuram entre os homens mais ricos do país. Aliás; essas figuras grotescas estão entre os seis homens mais ricos do país, que se foram somadas as suas quantias são equivalentes a renda de cerca de 100 milhões de brasileiros. Apesar de espantoso e ao mesmo tempo algo corriqueiro, isso denota a capacidade que a burguesia tem de assaltar os cofres públicos e se apropriarem dos recursos naturais e do patrimônio público ao bel prazer em detrimento da miséria do povo e da defesa do desenvolvimento e da soberania do país. Mas afinal; o que essa introdução tem a ver com a crise da Light?

A partir do golpe de Estado de 2016, esse famoso “trio de ferro” capitaneado pelo Jorge Lemann orquestrou a seu favor uma série de privilégios de aquisição de empresas estratégicas nacionais do setor elétrico, além de outras fraudes e manipulações como no caso das Lojas Americanas. De lá pra cá, esses acordos nos bastidores se tornaram efetivos no que diz respeito a sua concretude. O mais escandaloso empreendimento voraz comandado por Lemann no assalto a soberania do país e contra o povo foi a aquisição da Eletrobrás no apagar das luzes do governo Bolsonaro em 2022. Eles farão com a Eletrobrás algo parecido e até pior que o caso espúrio da Light no Rio de Janeiro.

De acordo com Brandão Silveira, sócio fundador da BeeCap, desenvolvedora de negócios, em informação publicada pela agência Bloomberg, o pedido de recuperação da Light (LIGT3) pode afetar 33 mil investidores pessoas físicas que compraram diretamente títulos da empresa e 26 fundos de crédito com cerca de 3 milhões de cotistas que tiveram perdas com a desvalorização dos títulos da empresa de energia elétrica sediada no estado do Rio de Janeiro.

Ao pedir recuperação, a Light informou ter dívidas avaliadas em cerca de R$ 11 bilhões. De acordo com Silveira, outras empresas estão com dificuldade para conseguir crédito por conta da crise na Light. “Todo o financiamento de infraestrutura no Brasil está sendo afetado”, afirmou.

O ex-deputado federal Ronaldo Cezar Coelho (PSDB-RJ) é o maior acionista da Light, com 20% de participação. O bilionário Carlos Sicupira, sócio da 3G Capital e um dos maiores acionistas da Americanas, tem cerca de 10% de participação na Light”.

O “trio de ferro” da Ambev aparece sempre em destaque nas transações que envolvem o setor elétrico regional e nacional. Sempre apresentando diversos problemas de administração e fraudes de todos os tipos. O problema não atinge apenas os tais “investidores”, mas todo o povo do Rio de Janeiro que terão seus serviços de energia ameaçados pela ausência de investimentos na infraestrutura do setor elétrico. Enfatizamos a palavra “setor” porque não se trata apenas de uma empresa com dificuldades econômicas e de atendimento aos serviços básicos, mas sim, de abrangência maior no que diz respeito a um setor local completo que será afetado pela ineficiência de atendimento ao público, decorrente de uma administração que privilegia os lucros em detrimento dos serviços.

A situação da Light, que já era ruim, havia piorado neste ano, com a proximidade de vencimentos de algumas obrigações financeiras e a dificuldade da companhia em rolar dívidas diante das incertezas sobre a renovação da concessão de distribuição, que expira em meados de 2026.

A Light já havia conseguido na Justiça do RJ uma medida cautelar para suspender temporariamente suas obrigações financeiras e instaurar uma mediação com credores, recorrendo a novos dispositivos da Lei de Falências no que já havia sido interpretado por advogados como uma medida “pré-recuperação judicial”.

O pedido à Justiça do RJ ocorre apesar da existência da lei 12.767/2012, que veda às concessionárias de serviços públicos de energia elétrica de recorrer aos regimes de recuperação judicial ou extrajudicial.

Segundo duas fontes ouvidas pela Reuters, a companhia recorreu à estratégia de pedir recuperação judicial na holding, e não na distribuidora de energia – unidade que estaria sujeita à vedação legal e que, nesse arranjo, sai protegida.

Isso permite preservar a cadeia de pagamentos do setor elétrico, o que era uma preocupação do governo e da agência reguladora Aneel. As distribuidoras de energia são como “caixas”, devendo repassar recursos arrecadados na conta de luz a geradores e transmissores, por exemplo.

Esse foi o mesmo mecanismo utilizado em 2012 pelo Grupo Rede, que operava uma série de distribuidoras posteriormente assumidas por empresas como Energisa e Equatorial. Foi esse caso que levou à aprovação da lei que hoje impede as distribuidoras de energia de pedirem recuperação judicial”.

O caos que está sendo instaurado no setor elétrico brasileiro com o avanço de privatizações e concessões, principalmente em setores estratégicos e essenciais de serviços públicos como energia elétrica, água e saneamento básico. Todos os três citados estão sendo privatizados e com isso ameaçando o povo e a soberania do País.

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