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Uma situação brutal

Tragédia ianomâmi expressa a real situação dos índios brasileiros

Seja com os guarani kaiouá, ou com os ianomâmis, o problema é o mesmo, é necessário dar ao índio plenas condições de se desenvolver, com terra, saúde, trabalho e moradia

A visita de Lula às terras ianomâmi na última semana trouxe à tona a situação em que vivem os integrantes da sétima maior tribo indígena brasileira. Segundo os dados oficiais, mais de 600 crianças morreram vítimas de desnutrição, falta de água potável e medicamentos para tratar doenças simples. As fotos e vídeos, que mostram homens, mulheres e crianças, das mais variadas idades totalmente desnutridos, ou sofrendo de enfermidades, expressam na realidade, a situação geral dos índios brasileiros.

O caso ianomâmi não é único — na realidade, ele se repete nas diferentes tribos existentes no território brasileiro. Em uma situação semelhante, na tribo caiová, no Mato Grosso do Sul, sofre com problemas parecidos, somados à brutal repressão policial.

No Mato Grosso do Sul, a situação é acompanhada de perto por militantes do Partido da Causa Operária, que organizam um trabalho em conjunto com as aldeias locais, buscando organizar a luta efetiva da população indígena local. No estado, as aldeias sofrem com um descaso criminoso do Estado, com a fome e a falta de água. Contudo, é nas áreas de retomada de terras, recém ocupadas por indígenas, que a situação é ainda mais crítica.

Vivendo sob lonas, sem água potável, muito menos energias e qualquer direito básico, como saúde e educação, os índios das terras das retomadas de Dourados já se acumulam em 200 famílias da etnia guarani caiouvá, todos em situação de extrema pobreza.

Apesar de exigir o programa que entrega cesta básica em nome da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas), a minoria dos indígenas recebe algum benefício governamental.  Conforme é denunciado pelas lideranças locais, os índios não recebem porque sequer o cadastro é liberado pelo governo, por se tratar de uma área de retomada, ou seja, ocupada por indígenas que buscam recuperar suas terras para sobreviver, devido a superlotação das aldeias já existes.

Na realidade, as aldeias em muitas regiões, como em Dourados, parecem verdadeiras favelas rurais, com grande concentração por metro quadrado de indígenas, vivendo em baixo de lonas.

Os direitos são negados pelo Ministério Público Estadual, pela Funai, pelo DSEI (Distritos Sanitários Especiais Indígenas), e até mesmo pela Secretaria Municipal dos Povos Indígenas, que supostamente fora criada para defender os interesses da população local. Em meio a falta de saneamento básico e alimentação, o Estado nega até mesmo o envio de médicos para as aldeias, mesmo após inúmeras solicitações feitas pelos indígenas.

Para sobreviver, muitos indígenas utilizam-se de pequenas plantações familiares, do arrendamento de terras ou da prática do garimpo, que é inclusive proibida em terras indígenas pelo Estado.

Ao contrário do que coloca a esquerda pequeno-burguesa, a população indígena brasileira não tem como luta a defesa de meras tradições ou uma cultura específica, ou até mesmo a natureza, mas sim, possuí em suas principais reivindicações saúde, educação, luz, água, melhores condições de vida e possibilidades de trabalho na aldeia.

O índio quer máquinas para o plantio, casa própria, água encanada, e uma forma de evoluir economicamente. Estes problemas, revelam que a suposta defesa do índio feita por grupos da esquerda pequeno-burguesa, não passam de demagogia.

No Centro-Oeste a situação é ainda pior deste ponto de vista, pois as comunidades locais mal possuem às terras para sobreviver. A luta, e neste caso, uma luta de fato, é pela garantia de novas terras e de uma melhor situação econômica para as comunidades locais.

As aldeias, sejam no sul ou no norte do País, em grande medida são muito afastadas das cidades, mal possuindo estradas e transporte público para garantir a locomoção dos indígenas. Na aldeia não há ensino de fato, não há postos de saúde, muito menos hospitais. Para o índio sobreviver, é necessário em péssimas condições se locomover para os centros urbanos.

Na aldeia, o que persiste é a fome, a miséria, a falta de condições básicas de sobrevivência, e a extrema repressão da polícia. Por estes motivos, muitas aldeias proíbem a própria entrada das forças de segurança do Estado. Na prática, os aparatos de repressão trabalham em conjunto com os pistoleiros, homens do latifúndio e responsáveis por constantes massacres nas aldeias brasileiras.

A situação do índio brasileiro é pior do que a do trabalhador que vive nas favelas dos grandes centros urbanos. Para o indígena, a luta não é em defesa da floresta ou dos animais, não se trata de nenhuma luta folclórica, mas sim, uma luta econômica que gira em torno sobretudo do problema da terra, da luta contra a repressão policial e contra o esmagamento promovido pelos capitalistas. Seja com os guarani caiová, ou com os ianomâmis, o problema é o mesmo, é necessário dar ao índio plenas condições de se desenvolver, garantir os direitos que existem para todos os trabalhadores, defendo a terra, casa, saúde, educação e trabalho para a população.

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