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Lula está certo

Tem que “foder esse Moro” e todos os golpistas

É preciso, como disse Lula, se vingar dos algozes do povo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva concedeu sua primeira entrevista ao vivo na manhã de ontem (21) no Palácio do Planalto. É simbólico que ela tenha sido dada à TV 247, o principal veículo de comunicação da esquerda nacional. Pode indicar que Lula pretende dar uma maior importância à imprensa independente neste seu terceiro mandato, após sofrer na pele o poder dos grandes monopólios da imprensa golpista.
Assim como já havia feito em outras ocasiões, Lula condenou a privatização da Eletrobrás, realizada no ano passado por Jair Bolsonaro e o Congresso Nacional, tachando-a de “crime de lesa-pátria”. Isso é verdade. É necessário revogar esse crime e reestatizar uma das mais importantes empresas de energia da América Latina. Lula também criticou os banqueiros e o saque que fazem à economia nacional, destacando que não realizam uma atividade produtiva, mas sim de parasitismo financeiro.
Contudo, a declaração mais importante do presidente da República foi uma revelação de quando ainda estava preso na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba (PR). Lula lembrou que sofreu na prisão, tendo sido vítima de um encarceramento ilegal. Sozinho na cela, Lula disse que recebia visitas de procuradores, que lhe perguntavam se estava “tudo bem” com ele.
“Não tá tudo bem. Porque só vai estar bem quando eu foder esse Moro. Eu tô aqui para me vingar dessa gente!”, disse Lula, recordando suas palavras na época. Na entrevista, que era assistida por mais de 26 mil pessoas simultaneamente, ele chegou a pedir para os editores cortarem o palavrão, pensando que não era ao vivo. Mas não voltou em suas palavras.
O sentimento expresso por Lula é perfeitamente compreensível. Sérgio Moro o prendeu injusta e ilegalmente. A Operação Lava Jato foi uma farsa que teve de ser reconhecida como tal pelo Judiciário e pela imprensa, mesmo que veladamente. Lula passou quase dois anos preso de forma arbitrária e sua prisão pode ser considerada apenas a cereja do bolo da Lava Jato, que devastou a indústria nacional, levou o desemprego a dezenas de milhões de trabalhadores, trouxe a fome a milhões de pessoas que jamais haviam passado por tal situação, ajudou a destituir uma presidenta eleita pela classe operária. E tudo isso a serviço do governo dos Estados Unidos, que o treinou. Moro é ainda mais criminoso por lesão à pátria do que o próprio Bolsonaro e os deputados que privatizaram a Eletrobrás.
Lula expressou o sentimento de milhões de brasileiros. Expressou perfeitamente o sentimento dos trabalhadores, da base do PT e dos militantes do PCO, por exemplo. Sérgio Moro é um inimigo declarado do povo brasileiro. E “essa gente” que Lula se referiu, ou seja, a laia de Moro, os que participaram do golpe de 2016 e da prisão do petista, são igualmente nossos inimigos.
Certamente Moro gerou ainda mais indignação quando, após a entrevista de Lula, declarou que “quando o presidente utiliza essa linguagem ofensiva, de baixo calão, ao meu ver ele gera até um certo risco pessoal para mim, para minha família”. Ora, essa declaração não poderia ser mais cínica. A obra fraudulenta de Moro enquanto juiz da Lava Jato levou à morte os familiares do próprio Lula, como sua esposa, Marisa Letícia, e seu irmão, Vavá – cujo enterro Lula foi impedido de ir. Em outras palavras, o crime lesa-pátria de Moro foi acompanhado de uma prisão política e do assassinato (na prática) de parentes do preso político.
Lula conseguiu sair da cadeia, após muita pressão popular. Moro, por sua vez, ficou impune. Ainda por cima, o mesmo aparato golpista de 2016 e de 2018 o levou a ocupar, agora, uma vaga no Senado Federal. Foi premiado por seus crimes, quando deveria estar, ele sim, atrás das grades. Elementos facínoras como Moro já foram fuzilados em países onde ocorreram revoluções populares, onde o povo fez justiça com as próprias mãos contra seus algozes.
Portanto, Moro está tão bem quanto estava enquanto Lula permanecia preso. Não só ele, os outros golpistas também. Há golpistas inclusive dentro do próprio governo Lula, como Geraldo Alckmin, Simone Tebet e Márcio França. O mais escandaloso é que o próprio Sérgio Moro hoje faz parte da chamada “base aliada” do governo, uma vez que seu partido, o União Brasil, tem três ministérios.
Lula precisa cumprir o que expressou na Polícia Federal: as coisas só estarão bem quando ele “foder” Sérgio Moro e se “vingar dessa gente”. Traduzindo politicamente, isso significa derrotar, de uma vez por todas, a direita golpista e entreguista que destruiu o País e entregou o patrimônio dos trabalhadores para o imperialismo. É preciso começar revertendo todas as medidas tomadas pelo governo após o golpe de 2016, anular todas as decisões da Operação Lava Jato, julgar os seus responsáveis por crime de lesa-pátria, reindustrializar o País colocando as empresas de setores estratégicos sob o controle do Estado e expulsar os golpistas lesa-pátria de dentro do governo, pois continuam sabotando e atuando contra Lula e a favor do golpe e do imperialismo.
A base do PT, da CUT, do MST e dos movimentos populares tem o dever de realizar uma ampla campanha de denúncia e pressão contra Sérgio Moro e os políticos de sua laia, contra o União Brasil, o MDB, o PSD, a Rede Globo, o aparato judicial e todos os serviçais do imperialismo. É preciso, como disse Lula, se vingar dos algozes do povo.

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