Em sua versão online, o jornal francês Le Monde, um dos mais tradicionais periódicos da imprensa imperialista europeia, disponibilizou uma sessão para responder perguntas de seus leitores sobre o recente golpe de Estado no Gabão. Nessa quarta-feira (30), uma junta militar anunciou que havia tomado o poder no país e dissolvido todas as instituições.
Por mais de uma vez, os leitores enviaram perguntas questionando se o Grupo Wagner, exército de mercenários russo, estaria por trás do golpe. Segundo o jornal francês, não.
Apesar da resposta negativa, a questão não deixa de chamar a atenção. Se mais de uma pessoa quis saber sobre a participação do Wagner e se o Le Monde considerou a questão relevante o suficiente para ser esclarecida em seu portal, essa hipótese deve estar sendo considerada por muitas pessoas. Afinal, o Wagner está envolvido com vários governos africanos de propensão nacionalista, que hoje estão alinhados aos russos.
Ainda é cedo para determinar se a nova junta militar será aliada da Rússia e da China. Ao que tudo indica, no entanto, esse golpe está diretamente ligado à onda de golpes no continente, de características nacionalistas e anti-imperialistas, que está varrendo a dominação francesa da África.
