Durante o ápice da pandemia do COVID-19 foi bastante costumeiro ler e ouvir aquelas tolices de pregação da paz, de que, após aquele apocalipse em que nos encontrávamos, o mundo seria melhor e todos caminharíamos para uma sociedade mais solidária. Essas coisas de gente tapada só podem ser ditas por pessoas realmente alheias da realidade concreta, que vivem num mundo de narcotizado, de ilusões e individualismo quase que completo, que não conseguem observar a devastação que se encontra a um palmo de seu nariz.
Pelo contrário, a pandemia intensificou a superexploração do trabalho retirando direitos dos trabalhadores e precarizando as relações de trabalho, a destruição da natureza pela exploração predatória dos grandes monopólios cresceu juntamente com a concentração de terras pelos fundos financeiros do capital imperialista, aumentou a acumulação capitalista e precipitou conflitos militares, porém também se aprofundou endividamento em âmbito geral e a possibilidade de estouro da bolha financeira. Todo o entusiasmo bobo alegre destacado no primeiro parágrafo não adiantou absolutamente nada, porque não adianta ser otimista, se esse otimismo não está condizente com as tendências históricas da sociedade.
O governo dos EUA, junto ao Senado e Câmara, aprovou o aumento em 10% do orçamento federal para defesa (a chamada Lei de Autorização de Defesa Nacional), saindo de US$778 bilhões em 2022, para US$858 bilhões em 2023. Isso ocorre mesmo em meio ao processo de desvalorização dos salários nos EUA, que tem tido de lidar com uma das maiores crises inflacionárias de sua história e dificuldades no setor energético.
A medida aconteceu após a visita do nazista Volodymyr Zelensky, que preside a Ucrânia e tem servido de fantoche para a guerra por procuração dos EUA contra a Rússia.
Os objetivos dos EUA com esse orçamento será o de dar amparo para Taiwan para continuar sua ofensiva em desestabilizar o regime político chinês e de prosseguir o confronto militar contra Rússia no território ucraniano.
Desde 2018 os países membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) acordaram em elevar o orçamento militar de cada nação para o equivalente à 2% do PIB. Em dezembro passado após reunião do Conselho da OTAN, os países membros acordaram em elevar o orçamento da organização em 25,8%. Grande parte desse aumento orçamentário da OTAN curiosamente foi direcionado para investir em civis. Aqui é preciso ficar atento, pois conforme podemos notar, apesar do retorno da esquerda ao governo de determinados países na América-Latina, pode-se observar que há uma escalada na tentativa de retomar os processos de golpe de Estado sob a fachada civil, como no caso do Peru com a derrubada de Pedro Castillo, com as investidas contra o governo Arce na Bolívia, o governo Alberto Férnandez e Cristina Kirchner, e o atual governo Lula.
De acordo com o Instituto Internacional de Estudos para Paz de Estocolmo (Sipri), em 2021 foi constatado que o orçamento global em defesa havia chegado a seu sétimo aumento consecutivo naquele ano, chegando a mais de US$2,1 trilhões, sendo o maior montante já visto na história. Quase metade desse orçamento global pertence aos EUA.