De 19 a 20 de março marcará o aniversário da invasão do Iraque liderada pelos EUA em 2003, sob o pretexto dos “programas de armas de destruição em massa” de Saddam Hussein e do suposto apoio ao terrorismo. 20 anos depois, com trilhões de dólares gastos e centenas de milhares de iraquianos mortos, a maioria das autoridades americanas admite timidamente que a guerra foi construída com base em uma mentira.
A Rússia planeja marcar o aniversário da invasão americana do Iraque, trazendo-o à tona em uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas, anunciou o vice-representante permanente russo Dmitry Polyanskiy.
“20 de março marca o 20° aniversário da invasão americana do Iraque, realizada com base em uma mentira monstruosa perante o Conselho de Segurança, em que o secretário de Estado Colin Powell sacudiu um tubo de ensaio na frente de todos, alegando que era uma amostra de uma arma letal encontrada no Iraque. Ninguém respondeu pelas graves consequências da invasão no Iraque e em todo o Oriente Médio. No entanto, a notória ordem baseada em regras ‘ ’, ou melhor, a ilegalidade no interesse dos Estados Unidos e de seus aliados, fortaleceu”, o diplomata escreveu no canal de Telegram.
“Decidimos ajudar os americanos a marcar essa data triste (é improvável que eles mesmos o façam) e pretendem levantar essa questão em 20 de março durante as consultas do Conselho de Segurança. A reunião será encerrada, mas, por volta das 19:00, horário de Moscou [12:00 EST, ed.], sairemos à imprensa e apresentaremos nossas avaliações”, escreveu Polyanskiy.
A invasão do Iraque pelos EUA começou com um bombardeio aéreo maciço em 19 de março e foi seguida em 20 de março por uma invasão terrestre, envolvendo o presidente George W. O infame discurso de missão cumprida de Bush a bordo de um porta-aviões em 1° de maio de 2003.
Os EUA e seus aliados da “coalizão dos dispostos” passaram os próximos oito anos lutando contra uma insurgência implacável, com a guerra custando a vida de mais de 4.700 militares americanos e aliados, e centenas de milhares ou até milhões de iraquianos. A Guerra do Iraque foi uma das guerras mais caras da história dos EUA, fortalecendo brevemente, mas minando, em última análise, A posição de Washington como o poder militar e econômico eminente no mundo após o fim da Guerra Fria. O caos resultante da invasão acabou por dar origem ao Daesh*, um grupo terrorista islâmico radical que espalhou terror e destruição pelo oeste do Iraque e leste da Síria antes de ser derrotado por uma ampla e diversificada coalizão de nações e milícias.
A Rússia ajudou a liderar a oposição internacional à invasão americana do Iraque desde o início, juntando-se aos aliados dos EUA França e Alemanha para se opor à invasão e pedindo a continuação do trabalho dos inspetores de armas da ONU para acalmar as preocupações dos EUA sobre as “armas de destruição em massa” iraquianas”, que Bush mais tarde admitido eram apenas um pretexto para a guerra. A natureza ilegal da guerra no Iraque é algo que claramente permaneceu na mente do ex-presidente, que admitiu em um deslize da gafe da língua no ano passado que o ataque ao Iraque constituía “uma invasão totalmente injustificada e brutal”.
Fonte: Sputnik Internacional
