O programa acontece momentos antes da Análise Política da Semana, Sábados às 15h, sendo uma introdução descontraída aos temas a serem explanados. A apresentação segue em tom contestador, com muito senso de humor num clima despojado, introduzido às questões da Análise Política da Semana.
No sábado passado, dia 28 de janeiro de 2023, o título do programa foi “Lula não enviará armas à Ucrânia – Esquenta da Análise Política da Semana”. Mesmo tendo como ponto a posição do Lula perante a questão da Ucrânia, o programa também fez campanha das publicações, discutiu rapidamente identitarismo, a questão dos princípios e visão política, ressaltando a senha da esquerda pequeno-burguesa em aceita a política imperialista inclusive nos ataques aos jogadores brasileiros, citando o caso mais recente do Daniel Alves.
JCO, DCO e Breton
No programa foram apresentadas três importantes publicaçõs partidárias o Jornal Causa Operária (JCO), o Diário Causa Operária (DCO) e a revista Breton. Todas facetas de uma imprensa operária, independente, que além de um instrumento da classe trabalhadora brasileira, são um verdadeiro patrimônio desta.
O JCO é o jornal de esquerda em circulação mais antigo do Brasil, um jornal forjado no auge das mobilizações operárias brasileiras no século passado. O DCO iniciou como a versão digital do JCO em 2003, evoluindo para um diário digital em 2013, sendo possivelmente a quase uma década o único diário ininterrupto de imprensa independente mundial.
A revista Breton é a publicação de cultura, trazendo um enfoque sobre a arte revolucionária. Essas publicações acabam por ser um patrimônio não apenas político da classe operária, mas cultural da sociedade brasileira, que também sofre nas mãos da venal e decadente imprensa capitalista.
Identitarismo, a política atual do imperialismo
Os tentáculos do imperialismo infiltraram-se em todos os espaços, atualmente sua veia política mais fomentada é o identitarismo. O grande problema é que, diferente de outras políticas, o identitarismo foi abraçado com fervor pela esquerda pequeno-burguesa.
Através do identitarismo vimos uma parcela da esquerda se utilizar do discurso da direita. Algumas posições de luta da classe trabalhadora foram abandonadas, substituídas por interesses pessoais.
A fantasia em homenagem a Macunaíma da Portela “cancelada” e a intervenção na peça teatral adaptada de “Tudo sobre minha mãe” em Lisboa denunciam a ausência de princípios e o caráter fasicista do identitarismo. São inúmeros os casos absurdos como este, onde as posições da pequena burguesia empurraram a população nos braços burguesia, que se utiliza do fascismo para conseguir seus objetivos.
Lula nega pedido de munição
Um ponto alto do programa foi justamente sobre a negativa do Lula ao pedido, pela Alemanha, de fornecimento de munição para a guerra da Ucrânia. Posição contrária ao imperialismo, o que deixa clara a posição à esquerda de Lula, por isso, principalmente, houve o golpe de 2016.
Embora realize várias concessões à política imperialista, Lula segue com certa independência nos pontos principais. Essa política ambígua de concessão e oposição ocorre mais pelas condições objetivas de seu governo favorecendo alguns setores da burguesia, do que por sua vontade.
Um ponto considerado no programa é justamente o diferencial de Lula, como oriundo da luta operária, para a esquerda pequeno-burguesa, sua política é concreta. Embora a tendência do Lula de conciliação tenha sido bastante nociva a classe trabalhadora, o mesmo já contribuiu mais que toda a esquerda pequeno-burguesa que apenas faz discurso.
Defende princípios e ter uma visão político
Um dos pontos interessantes discutidos no programa foi como uma parte da esquerda pequeno-burguesa deixou de defender os seus princípios. Essas pessoas infelizmente deixaram de debater princípios e passaram a defender e atacar pessoas.
Outro ponto desta degeneração política é que essas forças deixaram de ter uma avaliação política e passaram a ter posições meramente morais. Uma ‘catequese sem paraíso’, fortalecendo a verdadeira campanha direitista em desfavor da esquerda.
O caso Daniel Alves
Antes de focar no Daniel, temos que considerar que muitos dos jogadores de futebol brasileiro vem sendo alvo de uma iniciativa do imperialismo por questões puramente econômicas. Inclusive com o mesmo tipo de acusação de violência sexual, uma pecha que o imperialismo comumente usa contra seus opositores, como no caso de Assange.
O segundo ponto que chamou atenção foram as condições em que se deu a prisão, o Daniel foi atraído pela polícia espanhola para uma oitiva com o advogado e é preso furtivamente, tratamento que não seria aceito a nenhum europeu, muito menos um cidadão espanhol.
Convidamos todos, a assistirem o programa Esquenta, todos os sábados, às 15horas. Participem da imprensa operária e se libertem do discurso imposto pela burguesia nos jornais tradicionais, que fala sobre a burguesia e para a burguesia, ignorando a classe trabalhadora.