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Hélio Rocha

Possui graduação em Comunicação Social – Jornalismo pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2013). Atualmente é repórter de meio ambiente e direitos sociais em Plurale em Revista e correspondente em Pequim.

Pintura

Quando se tocam as artes do Oriente e do Ocidente

O apreciador das artes plásticas brasileiro pode, até o dia 29 de outubro, apreciar uma das mais sensíveis sínteses sobre o encontro cultural entre o ocidente e o oriente

O apreciador das artes plásticas brasileiro pode, até o dia 29 de outubro, apreciar uma das mais sensíveis sínteses sobre o encontro cultural entre o ocidente e o oriente, entre o ancestral e o contemporâneo, entre o anacrônico e o diacrônico na estética da arte. Está em mostra, no Museu Chácara do Céu, na cidade do Rio de Janeiro, a exposição “Sensações: pintura gestual chinesa”. Ela tem em sua principal atração a obra “Tempo e espaço durante o devaneio”, do artista chinês que usa o nome de MzYellow. Nela, o visitante vai testemunhar uma obra que mescla cores em formas que lembram o abstrato, mas que, na verdade, referem-se à caligrafia chinesa. Uma forma moderna de retratar a cultura do Oriente, que traz os elementos tradicionais, mas incorpora, também, recursos ocidentais contemporâneos como tinta acrílica, verniz, corantes e telas.

Nascido em 1957, na cidade de Suzhou, a uma hora de carro de Shanghai, MzYellow cresceu acompanhando o progresso econômico da China, que se desenvolveu de forma rápida nas décadas de anos e é atualmente um ator principal da economia global.

Tendo isso em vista, o artista propõe, em sua obra, uma demonstração entre as confluências estéticas entre Oriente e Ocidente, ao mesmo tempo em que reflete sobre os embates culturais entre esses dois diferentes cantos do mundo. Por isso, a instalação, que foi criada especialmente para esta exposição, emparelha a obra de MzYellow a outras tantas de diferentes estilos e períodos, ocidentais e orientais. Entre elas, a de Amedeo Modigliani, um dos principais pintores do século XX, que fez a tela “Retrato de uma viúva”, no caminho contrário ao de MzYellow. Usou de técnicas chinesas, com tinta chinesa ou nanquim. Já a pintura tradicional “Deusa Kouan-Yin/Bodisattva”, de autoria desconhecida, também é emparelhada à de MzYellow e tem todos os traços e técnicas do estilo chinês.

Jason/MzYellow

MzYellow concebeu uma instalação que tem mais de 10 metros de altura, que está sendo apresentada na Biblioteca de Castro Maya, que faz parte do Museu Chácara do Céu, mas é uma seção separada do restante da mostra. Igualmente, ficará justaposta, para reflexão e comparação pelo visitante, com outras criações de outras épocas e diferentes estilos. Segundo o curador da mostra, Clay D’Paula, já experiente na realização de mostras que mesclam a arte chinesa à ocidental, o objetivo é distanciar a exposição da lógica de um “museu dócil”, ou seja, aquele em que tudo é didaticamente mostrado ao visitante e este o apreende passivamente, como numa aula de escola. “A nossa proposta, baseada em conceitos do curador francês Jean-Hubert Martin, é de criar um museu de encantamentos, no qual o visual e as emoções se sobrepõem ao academicismo e à linguagem pedagógica.”

Também segundo o curador da mostra, a proposta de Martin é “ultrapassar a nostalgia da história e mergulhar nos desejos, medos esperanças da humanidade, cristalizados nas imagens, nos objetos e obras de arte”. Ele completa destacando que, a partir desses conceitos, o dado absolutamente milenar do ideograma chinês foi o ponto de partida para toda a reflexão proposta por “Sensações: pintura gestual chinesa”. “A instalação traz o estilo peculiar do artista que é refletir, desconstruir e transformar os ideogramas chineses, uma das mais altas expressões culturais e artísticas do povo chinês, em uma nova linguagem gestual e visual”, conta o curador da mostra Clay D´Paula, que também é especializado em arte contemporânea chinesa.

Além da mostra focada em MzYellow, o visitante também pode conhecer o Museu Chácara do Céu, ainda pouco divulgado entre os destinos do Rio de Janeiro. Trata-se de uma casa centenária em um dos bairros mais cosmopolitas do Rio de Janeiro, cujo patrimônio foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 1974, e atualmente exibe coleções de arte de diversos períodos, e de diferentes origens, livros raros, mobiliário e artes decorativas, distribuídas em uma casa com três pavimentos. Hoje, além das exposições de longa duração e temporárias, o museu mantém dois cômodos originalmente mobiliados e ambientados, a fim de preservar o caráter de residência do local.

A exposição é apresentada pelo Ministério da Cultura, Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), Museus Castro Maia e apresentada e patrocinada pela empresa State Grid Brazil Holding S.A. O Museu Chácara do Céu fica na Rua Murtinho Nobre, 93, Santa Tereza – Rio de Janeiro/RJ (estacionamento no local). Está aberto diariamente das 12 às 17 horas, exceto às terças-feiras. A entrada é franca às quartas-feiras e nos outros dias custa R$ 8 a inteira e R$ 4 a meia-entrada.

Por Hélio de Mendonça Rocha, articulista e repórter de política internacional

Fonte: China Radio International (CRI)

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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