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Cavalo de Tróia

PT está prestes a cometer um erro que pode custar muito caro

No congresso a ser realizado neste sábado (5), o PT deve oficializar seu apoio a candidatura de Guilherme Boulos e se lançar como vice para a prefeitura de São Paulo

Neste sábado (5), o Partido dos Trabalhadores realizará seu congresso municipal do diretório de São Paulo, no qual será oficializado o apoio à candidatura de Guilherme Boulos para prefeito nas eleições de 2024, o PT deve ficar com o posto de vice do psolista. O apoio que será formalizado no evento, seria parte de um acordo realizado ainda nas eleições de 2022, quando Boulos teria aberto mão da candidatura para o governo do estado de São Paulo e oficializado apoio as candidaturas de Haddad e Lula.

A aliança com Guilherme Boulos nas eleições de 2022, não garantiu vantagem alguma ao Lula e PT, os únicos beneficiados foram os psolistas que elegerem sua maior bancada da história na Câmara de deputados. A coordenação da campanha de Lula sob o comando de Boulos foi um verdadeiro desastre, o petista quase perdeu a eleição para Bolsonaro em virtude uma política de verdadeira sabotagem. Desta forma, selar tal acordo poderá ter um custo extremamente alto para o PT. 

O deputado federal Jilmar Tatto vem realizando críticas reiteradas contra o apoio do PT à candidatura do atual líder do PSOL na Câmara para prefeitura de São Paulo. Mas não é somente Tatto que está rechaçando esta política suicida, o vice-presidente nacional do PT Washington Quaquá também criticou a possibilidade de apoio à candidatura da deputada trans do PDT Duda Salabert para a prefeitura de Belo Horizonte, inclusive denunciou que a moda do identitarismo é uma política que não interessa ao povão. 

Apesar do viés direitista utilizado por essas figuras do PT para expressar o problema, uma vez que a preocupação desses setores está centrada na política de acordos com setores da direita, temos que concordar com apontamento do risco que representa o PT não lançar candidaturas próprias para prefeitura das cidades mais importantes do país. É um erro muito grave que pode levar o único partido de massas com base de trabalhadores a uma crise muito grande. 

Nas eleições de 2020, a imprensa buscou fazer o que faz desde que o líder do movimento golpista “Não vai ter Copa” ganhou notoriedade, usar Boulos para sabotar o PT. Naquela ocasião, a campanha para impulsionar a candidatura psolista fez militantes e dirigentes do PT abandonarem Tatto. A tese era de que o candidato do PT não teria chances de avançar para o segundo turno, assim Boulos chegou ao segundo turno com apoio petista. Apesar da derrota para Bruno Covas (PSDB), foi um acontecimento inédito para o PSOL. 

Diante da inflada visibilidade que obteve Boulos com a manobra da imprensa, além de prometer apoio para candidatura do psolista para prefeitura de São Paulo em 2024, o PT prestou toda sua credibilidade junto ao povo brasileiro para fazer de Guilherme Boulos o deputado federal com a melhor votação do PSOL em toda sua história. Esse apoio teve como ônus a derrota de figuras históricas do PT, que acabaram não se elegeram nesta manobra como é o caso do ex-metalúrgico, o deputado federal Vicentinho.  

Para o PT, o resultado das eleições 2022 foi extremamente ruim, foi o pior desempenho eleitoral para a prefeitura de São Paulo desde 1988. Depois de eleger três prefeitos na maior capital do país, não ter candidatura própria nas eleições de 2024 equivale a uma declaração de total falência do partido. 

Dois aspectos chamam muito a atenção, Jilmar Tatto teria jogado a toalha mesmo representando uma ala bastante influente em SP, membros de sua família foram eleitos vereadores na capital, deputado estadual e federais, além de ocuparem postos no diretório municipal e na cúpula nacional. O outro aspecto, diz respeito ao presidente do PT de São Paulo, Laércio Ribeiro, que, em defesa do apoio à candidatura de Guilherme Boulos, promoveu quatro grandes plenárias e 36 encontros em diretórios zonais nos últimos dois meses. 

Depois da tentativa frustrada de destruir o PT por meio das operações farsescas do “Mensalão” e da “Lava-jato”, a burguesia buscou acrescentar outras estratégias para seu objetivo como infiltrar cavalos de Tróia e pressionar para adesão de uma política pró-imperialista. A falta de compreensão para atuar diante da situação política atual, deixa o PT suscetível às imposições da burguesia. Além de lançar mão da mesma política falida de conciliação com a direita, o partido não chama as massas populares a se mobilizar nas ruas e ainda cede terreno para o análogo Boric no Brasil. 

Na última sexta-feira (04), Tatto declarou não estar convencido da aliança e que o acordo foi feito “sem ouvir a base do PT, sem ouvir os filiados, sem ouvir as lideranças”, mas, para “não pegar mal”, vai respeitar o pacto. 

Evidentemente que não se trata de ouvir ninguém, porém temos que concordar mais uma vez com Tatto. Essas decisões não foram amplamente debatidas com a base do partido, se trata de uma decisão imposta por cima. Ainda que direção já tenha apresentado sua definição, as bases petistas terão que aprovar o nome de Boulos na convenção municipal. Os petistas precisam rejeitar esse acordo, onde o partido deve entregar de graça seu eleitorado para um empregado da CIA e que ameaça de morte o maior partido da esquerda nacional. 

Não se pode ter a mínima ilusão com Guilherme Boulos, a atuação do psolista no parlamento demonstra não haver qualquer compromisso com o governo de Lula. Além disso, Boulos participou de movimentos contra o governo Dilma e sabotou mobilizações contra o golpe de Estado de 2016. Agora busca atrair para esta aliança setores golpistas como o Solidariedade, partido comandado por Paulinho da Força Sindical, e outros como PDT de Jose Luiz Datena, um fascista com quem foi gravado conspirando contra o presidente Lula.

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