Na manifestação que ocorreu em São Paulo, nesse domingo (29), alguns acontecimentos marcaram bem a política da esquerda pequeno-burguesa em relação à questão palestina.
Membros do PSTU retiraram o microfone das mãos do dirigente do PCO, Henrique Simonard, durante sua fala no ato, no momento em que o companheiro ia declarar o apoio ao Hamas e à luta armada do povo palestino.
Durante a passeata, alguns episódios do mesmo tipo aconteceram. Algumas pessoas, em nome de uma “coordenação do ato”, tentaram impedir que os militantes do PCO gritassem palavras de ordem em defesa do Hamas.
Claramente, essa era uma política orientada por um pequeno setor que tenta impor sobre o restante da manifestação a sua política.
No final das contas, essa é uma política cujo objetivo é desagregar a manifestação e a tão necessária unidade de todos os grupos que querem defender a Palestina.
Se o PSTU não quer defender o Hamas, por mais errada que seja essa política, eles não são obrigados a isso. O que é extremamente desagregador, sectário e reacionário é tentar enquadrar todo o resto da manifestação nessa política.
A esquerda pequeno-burguesa, na qual o PSTU se inclui, precisa abandonar o hábito reacionário de se achar dono de um determinado movimento. Se a palavra de ordem é unidade em defesa da Palestina, então é preciso que todos os setores que tenham essa política estejam presentes e possam se expressar no ato.
A atitude do PSTU é ainda mais grave e reacionária porque exatamente nesse momento, por defender a Palestina, o PCO está sendo perseguido pelos bolsonaristas. Primeiro, o companheiro Francisco Muniz foi ameaçado anonimamente pelos sionistas por um vídeo seu defendendo o Hamas.
Agora, o companheiro João Pimenta está sendo alvo de um processo civil articulado por 27 deputados bolsonaristas. O motivo: João defendeu a resistência palestina e o Hamas.
O PSTU, ao invés de se colocar em solidariedade, prefere censurar o PCO no ato. É a demostração de que o PSTU não quer defender de fato a Palestina. O PSTU quer calar o PCO do mesmo jeito que os bolsonaristas!
Mas se nem os bolsonaristas, que são deputados, conseguirão calar o PCO, menos ainda o PSTU.
A atitude do PSTU mostra por que eles não defendem o Hamas. A sua suposta defesa da Palestina é apenas retórica. É o Hamas, junto a outros grupos, que está lutando na Palestina contra o genocídio cometido pelo Estado de Israel. Defender a Palestina é apoiar incondicionalmente esses grupos, e o maior deles é o Hamas.
Já sabíamos que o PSTU era um partido que fingia ser revolucionário. Agora sabemos também que até mesmo sua defesa da Palestina é de brincadeira. Se a direita pró-Israel disse que não pode defender o Hamas, lá está o PSTU para obedecer caninamente.