Cão que ladra

PSOL acha que “golpe” e “terrorismo” se combate com censura

Parlamentares da agremiação pede ao STF que derrube

Em mais um dos episódios em que o PSOL se ajoelhou perante o Supremo Tribunal Federal para clamar que agisse como polícia, seus parlamentares decidiram pedir a suspensão imediata de todas as redes sociais do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro. O motivo seria a utilização dos perfis para “fomentar movimentos golpistas”.

O pedido já merecia ser anulado de imediato porque o crime sequer existe. A que tipo penal o PSOL recorre, para pedir a sua responsabilização penal? Trocando em miúdos a “acusação” da sigla, os deputados querem derrubar as redes sociais de um ex-presidente da República porque ele teria dito alguma coisa que serviu de incentivo para que alguém cometesse um outro crime. Coisa que não é crime algum.

Como exemplo, imaginemos a seguinte situação: Guilherme Boulos, deputado pelo PSOL, afirma em público que Bolsonaro arruinou a vida de muitas pessoas pobres. Glauber Braga, parlamentar da mesma agremiação, endossa Boulos. Uma pessoa pobre que fosse filiada ao PSOL pegasse uma faca e enfiasse no intestino de Bolsonaro. Ela cometeu um crime: tentativa de homicídio. E por que ela cometeu esse crime? Pode-se alegar qualquer coisa, inclusive que ela o fez por se sentir estimulada pelos deputados do PSOL.

Com esse argumento, vale qualquer coisa. É possível colocar qualquer pessoa na cadeia. Poderíamos também, com base na tese do PSOL, pedir a prisão de uma mulher colocada na seguinte situação: ela trai o marido, o marido, enraivecido, assassina o “urso”. A culpada seria, para o PSOL, a mulher, pois, se não tivesse desgostado seu cônjuge, não teria ocorrido o homicídio. Ou a culpa poderia ser de quem vendeu o taco de beisebol com o qual o homem assassinou o seu rival, pois o vendedor deveria ter feito um teste psicotécnico para saber se ele era capaz de possuir um taco de beisebol em casa. Mais culpado ainda seria o dono da loja de departamentos, que contratou um vendedor incompetente! Cadeia para todos eles!

A tese é maluca, sem pé nem cabeça. E perfeita também para ditaduras autoritárias e malucas. O que eram as punições aos judeus, se não punições a pessoas que, direta ou “indiretamente”, teriam sido responsáveis por outros crimes? É ou não é sobre essa base que as ditaduras censuram os artistas “subversivos”, que “fomentam” o “caos social”?

Mas vamos em frente. Supondo que a fala de alguém justifique sua participação em um crime, questionemos: qual foi o crime que aconteceu a que Bolsonaro está sendo vinculado? O PSOL, ao tratar dos “movimentos golpistas”, está acusando Bolsonaro de fomentar… manifestações de rua. Manifestações que tinham reivindicações reacionárias, mas que não eram “movimentos golpistas”, uma vez que nunca se colocaram na tarefa de derrubar o governo ou o regime. Se são acusados de “golpista” porque alguns de seus integrantes propunham, por exemplo, o fechamento do Congresso, então toda a esquerda revolucionária é “golpista”. Para o PSOL, os seguidores de Marx, Lênin, Trótski, Fidel Castro e Che Guevara deveriam todos ir para a cadeia.

Querer que aconteça um golpe não é efetivamente dar um golpe. Se fosse, voltaríamos ao mesmo problema do homem “assassino” por contratar um funcionário que vendeu um taco de beisebol para um homem que cometeu um homicídio.

Chegamos à conclusão, portanto, que o PSOL quer suprimir a liberdade de expressão de Bolsonaro — seu uso das redes sociais — por um crime duplamente inexistente. O que a agremiação quer é colocar na mão de um juiz — ou de um conjunto de juízes — o poder de censurar os indivíduos a partir de critérios totalmente subjetivos. Ou seja, uma ditadura.

Mas fica a questão: o que o PSOL quer é viável? Adiantará alguma coisa?

Até as pedras sabem que não. Não é possível censurar alguém como Bolsonaro com uma medida burocrática. Ele é líder de um movimento de milhões de pessoas, representa um consenso sobre uma série de questões. Mesmo que sua conta na internet seja derrubada, haverá outras milhões de pessoas pensando o mesmo. E não são milhões quaisquer, mas pessoas relacionadas a setores da burguesia e mesmo das Forças Armadas, que poderão pôr um pé na porta na política de censura.

Ao mesmo tempo, criam-se as condições para que a esquerda também seja censurada. Afinal, o Judiciário não é “de esquerda”, é uma burocracia controlada ferrenhamente pela burguesia e, portanto, irá inevitavelmente se voltar contra a esquerda.

E mais: a censura só serve para “jogar lenha na fogueira”. Quanto mais censura, mais criará, entre os bolsonaristas, o sentimento de “injustiça”, de “perseguição”, o que tornará o movimento mais radical e periogoso.

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