É incrível como a mesma imprensa golpista, que trabalhou ativamente para a prisão de Lula e para a derrubada de Dilma Rousseff tem a cara de pau de dar “conselhos” à esquerda,
Dessa vez, o ultra-golpista O Estado de S. Paulo resolver “aconselhar” a esquerda em relação ao que está acontecendo no Oriente Médio. Em um editorial, de título “O humanismo seletivo da esquerda”, o jornal da Família Mesquita apresenta a tese ridícula de que a esquerda seria hipócrita por não se sensibilizar com as mortes causadas pelos ataques do Hamas ao Estado de Israel. O que o Estadão quer é bastante claro: que a esquerda, sob o pretexto de condenar o “terrorismo” do Hamas, defenda o criminoso Estado de Israel.
Em outro artigo de opinião, o mesmo Estadão diz que a esquerda “anti-Israel” precisa “se reciclar”. Isto é, a esquerda “anti-Israel” passe a ser pró-Israel.
A questão, no entanto, é simples: não é possível haver uma esquerda pró-Israel. Qualquer organização que defenda os interesses dos trabalhadores e dos oprimidos não pode ter outra posição que não o combate a um Estado criado para atuar como uma polícia no Oriente Médio.
E por que a imprensa capitalista e golpista estaria tão interessada em fazer da esquerda algo oposto a si própria? Ora, porque a defesa da Palestina está escancarando a podridão do regime imperialista. Na medida em que a esquerda, mesmo vacilante, demonstra apoio à Palestina, o imperialismo fica sem qualquer base para a sua política de dominação dos povos.
Com uma denúncia intensa do terrorismo de Israel contra os palestinos, toda a manobra da opinião pública por parte da direita fica inviável. Por isso que a burguesia agora “aconselha” a esquerda. Trata-se de uma tentativa desesperada de enquadrar a esquerda para que não ponha ainda mais lenha na fogueira em uma situação cada vez mais explosiva e cada vez mais desfavorável para o imperialismo.