No começo deste mês, circulou na Internet e na imprensa imagens de um homem sendo carregado como um escravo por policiais militares. Na época, a PM justificou a sua conduta afirmando que o homem representava um risco aos policiais.
Agora, imagens que constam no processo criminal do homem, acusado de furtar duas caixas de bombom de um mercado, mostram que os policiais amarraram o homem mesmo após ele já estar algemado.
A divulgação das imagens foi feita pelo advogado do homem, de 32 anos. Ele afirmou que fará uma representação no Ministério Público do Estado de São Paulo por tortura.
O homem que foi vítima de grave violência pela Polícia Militar de São Paulo não só vai ser mantido em prisão preventiva respondendo pelo suposto crime preso, como vai responder por furto qualificado pelo furto de duas caixas de bombom no valor 30 reais ao todo. A acusação é de que houve supostamente concurso de agentes e corrupção de menores, embora os 3 possíveis suspeitos não tenham ligação; e pasmem: resistência à prisão, que se deu com o suspeito algemado e amarrado, situação em que oferece pouquíssima possibilidade de resistência.
O judiciário, ao confirmar a prisão do homem, por furto de 30 reais e tendo sido este mesmo homem torturado, mostra para que serve o judiciário burguês: massacrar a população pobre.
Somente em 2021, 6.145 pessoas foram assassinadas pela Polícia Militar em todo o Brasil, com mais de mil mortes concentradas no Rio de Janeiro. Trata-se de uma organização que serve para massacrar os trabalhadores e impor a vontade do Estado sobre o povo.
A criação de policiais municipais sob o controle popular e de comitês de autodefesa armada dos explorados é uma demanda fundamental para a luta pelo fim da repressão no Brasil. A violência policial é uma realidade que atinge a população pobre e negra de forma desproporcional, e que revela o caráter autoritário do Estado. É preciso lutar por uma nova estrutura de segurança, que seja controlada pelo povo e que esteja comprometida com a defesa dos interesses dos trabalhadores, e não da burguesia.