Lançado na manhã desta sexta-feira, o mais novo pacote de segurança pública do governo Lula faz, segundo a imprensa burguesa, uma “investida mais concreta para minar as bases eleitorais do bolsonarismo em pouco mais de seis meses de governo”. No entanto, seria isso mesmo?
O conjunto de atos anunciados pelo governo, vai desde a limitação nos arsenais de armas em mãos de civis, particularmente de colecionadores, atiradores e caçadores (CACs), até o lançamento do projeto de lei que torna o homicídio cometido nas escolas como crime hediondo.
Além disso, o pacotão anuncia frentes de operações policiais para “desmontar quadrilhas de crimes cibernéticos”. Em todos os âmbitos, as medidas são apresentadas como a forma de conter os agrupamentos de extrema-direita, controlando a internet e diminuindo o acesso de pessoas comuns às armas. Contudo, quem ficará responsável para que isso ocorra é justamente o maior agrupamento fascista do País, a polícia brasileira.
As medidas de restrição das armas servem unicamente para tirar da população comum o direito ao acesso às armas. No entanto, para os aparatos de repressão do Estado, para as milícias ligadas as polícias em todo Brasil, para os pistoleiros do campo contratados pelo latifúndio, nada mudará. Na prática, o fortalecimento da restrição serve unicamente para fortalecer os próprios órgãos de repressão do Estado que, no Brasil, são os principais antros de organização da direita fascista.
O combate ao bolsonarismo só poderá ocorrer no terreno político. A tentativa de repressão apenas fortalece a extrema-direita, pois é ela que está nos aparatos de repressão do Estado e, por fim, elimina os direitos do trabalhador comum em poder ter acesso a armas, ou qualquer meio de defesa contra o monopólio do Estado e das milícias fascistas.
A medida de Lula, ao contrário do que afirma a propaganda, é, na realidade, uma ilusão e permite o fortalecimento do que há de mais fascista no País. Hoje, o povo encontra-se desarmado e totalmente indefeso diante da polícia militar, ligada diretamente ao bolsonarismo.