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Henrique Áreas de Araujo

Militante do PCO, é membro do Comitê Central do partido. É coordenador do GARI (Grupo por Uma Arte Revolucionária e Independente) e vocalista da banda Revolução Permanente. Formado em Política pela Unicamp, participou do movimento estudantil. É trabalhador demitido político dos Correios e foi diretor da Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios)

Clube-empresa e SAF

Os capitalistas estão expropriando o futebol dos brasileiros

Apresentado como solução mágica pela imprensa golpista, a SAF é o controle total do futebol pelos capitalistas internacionais

Ronaldo

O futebol brasileiro está correndo sério risco. As chamadas Sociedades Anônimas do Futebol (SAF), uma forma do clube-empresa, estão se apoderando de vários clubes pelo País. O resultado disso é a transferência ainda maior do controle do nosso futebol para grandes monopólios capitalistas internacionais.

Botafogo e Cruzeiro estão entre os grandes times que se transformaram em SAF. No entanto, pelo interior do País já existem uma série de times que abriram seu capital.

A imprensa capitalista nacional, sempre a serviço desses grandes capitalistas, a serviço do imperialismo, colocou seus jornalistas e comentaristas para tecer elogios à SAF. Muito propaganda é feita para convencer o torcedor de que entregar seu time do coração nas mãos de um capitalista que não tem e menor relação com o clube seria um bom negócio. Mas não é.

Apresentam a SAF e o clube-empresa como a salvação do futebol. Essa ideia, no entanto, não se sustenta nem mesmo pela lógica. Para o torcedor, a imprensa diz: “a SAF moderniza o futebol e esse é o caminho para tira o seu time do buraco!” Mas como seria possível tirar todos os times do buraco?

Se todos os times do País se tornarem SAF, a única coisa que vai acontecer é que o futebol brasileiro como um todo estará nas mãos de elementos estranhos não apenas aos torcedores, não apenas ao Brasil, mas ao próprio futebol. Empresário não ama nada além do dinheiro. Assim, os clubes chamados pequenos continuarão tendo dificuldades e os grande continuarão disputando os degraus de cima, não há mágica.

Mas há um problema nisso tudo. Se um empresário não se sentir satisfeito com o desempenho do time que comprou, quem garante que ele não vai simplesmente sumir com o time?

Vejamos alguns casos. O Bragantino era um time tradicional do interior de São Paul. Hoje, pode-se dizer que esse time não existe mais. Agora é o Red Bull. Mudaram suas cores, mudaram seu distintivo, mudaram seu uniforme e mudaram seu nome. Alguém poderia dizer: “mas o Red Bull, sendo um time do interior, conseguiu se manter a apresentar bom desempenho na séria A do Brasileiro”. Se isso é uma verdade, é verdade também que, na medida que outros clubes adotem a mesma política nada garante que isso vai se manter.

No fim, os cartolas do antigo Bragantino entregaram a alma para os capitalistas do Red Bull e agora ninguém tem garantia nenhuma do que será do time. Hoje está bem, amanhã não se sabe. E mais: o Red Bull se torna uma espécie de celeiro de jogadores não para servirem ao clube, mas para a venda especulativa ao futebol europeu, para encher os bolsos de quem? Do Red Bull, porque o Bragantino não existe mais.

Há casos diversos de problemas com SAFs. O Botafogo de Ribeirão Preto cedeu parte do seu estádio, um dos maiores estádios do Brasil, para a SAF que se apoderou do time. Os torcedores ficam desalojados desse setor do estádio. Há problemas recorrentes de não repasse de verbas da SAF para o clube.

Recentemente, o São José, tradicional time de São José dos Campos, que enfrenta uma crise enorme jogando a série A3 do Paulista, tornou-se SAF recentemente. A diretoria do clube, para impor a nova gestão, passou a sabotar a torcida organizada Mancha Azul, que tem quase 36 anos de apoio ao time.

Esses são apenas alguns casos de muitos que vão aparecer.

O que os torcedores precisam ter em mente é que não há solução mágica para os times. O domínio de um capitalista sobre um clube só pode dar resultados imediatos – se der. Mas de um mode geral o que está acontecendo é a expropriação do futebol brasileiro pelos capitalistas. Esse processo, logicamente, já acontece há muito tempo, mas se aprofunda com a introdução da SAF.

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