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Terra a quem nela trabalha!

Ocupar os latifúndios! Todo o apoio aos sem terra!

Latifundiários perseguem líderes do movimento sem terra em retaliação às ocupações de fazendas

No dia 4 de março, a Polícia Civil de São Paulo prendeu José Rainha, líder da Frente Nacional de Lutas (FNL) e ex-líder do MST. A prisão ocorreu logo após a onda de ocupações promovida pela organização durante o Carnaval Vermelho, que ocupou nove propriedades rurais improdutivas.

Para a FNL, a prisão de seu dirigente é uma retaliação contra a luta da entidade pela terra. Além disso, eles consideram necessário a todos que lutam que se solidarizem com o dirigente, visto que, nas palavras da FNL, uma organização do povo não pode tolerar que o Estado aja de modo arbitrário contra militantes de esquerda.

Em sua nota, expondo a relação entre a prisão ilegal de José Rainha e as ocupações promovidas pela organização, a FNL declarou: “Denunciamos a invasão de terras públicas pelo agronegócio no Pontal do Paranapanema. Terras públicas estas que o agro defende como sua à bala, expulsando, ferindo e matando, se necessário, os trabalhadores que ousam reivindicá-las”

Já a Polícia Civil negou, por meio de nota, que a prisão de José Rainha tivesse algo a ver com a onda de ocupações dos sem terras. Na versão dos policiais, não houve uma retaliação, mas um processo contra o dirigente da FNL por “ameaçar e extorquir proprietários rurais”.

O fato significativo omitido pelos policiais é o seguinte: se ele tivesse cometido algum crime, o devido processo legal não poderia ser atropelado com o uso de prisões preventivas. José Rainha está preso sem ter tido direito ao contraditório e sem, sequer, ser condenado em primeira instância: eis o resultado da série de abusos legais postos em prática pela direita golpista.

Evidentemente, trata-se de uma acusação completamente fajuta. A FNL descreve o processo como um processo de “cunho político”; isto é, uma tramoia criada artificialmente contra Rainha pelo fato de sua organização ocupar os latifúndios.

As ocupações realizadas pela FNL são acompanhadas das tomadas de fazendas de celulose na Bahia pelo MST. Trata-se de um clima político de mobilização no campo, com os trabalhadores rurais tomando a ofensiva e encurralando os capitalistas; diante dessa situação, é evidente que a prisão do principal coordenador da FNL é um ataque político da burguesia e dos latifundiários a esta ofensiva.

O terror que as ocupações do MST causaram na direita golpista foi total. Não à toa, o ex-senador Tasso Jereissati, um dos principais caciques políticos do PSDB, declarou em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo:

“Se isso voltar a acontecer, será a radicalização definitiva não só da política, mas da sociedade brasileira. Isso é levar para o campo uma insegurança que ele já tinha com o governo Lula. O campo, que sustenta as exportações e o crescimento da economia, vai virar um campo de revolta e de enfrentamento com o governo. Espero que isso não aconteça”.

Com tal declaração, o tucano tornou pública uma ameaça a Lula em caso de apoio aos sem terra. Ou seja, Jereissati foi o porta-voz de uma pressão dos latifundiários para encurralar o governo Lula. Isso indica o grau de preocupação da direita com tais movimentações do povo, tanto da cidade, quanto do campo, que podem gerar uma verdadeira convulsão social.

O processo, que escamoteia os direitos democráticos, é totalmente absurdo. Revela de maneira clara a natureza de classe do Estado para aqueles que seguem tentando não a ver. No entanto, os movimentos sociais não devem se deixar levar pela repressão e precisam aproveitar o clima político para partir para cima: é hora de mobilizar os trabalhadores da cidade e do campo contra seus inimigos de classe.

Nunca houve, na história recente, um momento tão favorável à mobilização quanto o atual – tanto do ponto de vista nacional, quanto do ponto de vista das circunstâncias internacionais. A classe trabalhadora obteve uma vitória eleitoral e pode transformar isso em uma série de conquistas, através de sua luta no terreno real. As ocupações promovidas pela FNL e pelo MST são um início nesse caminho, mas deve-se ir além. É hora de avançar contra o latifúndio em defesa das terras a quem nelas trabalha – e denunciar os processos criminosos contra líderes do movimento de luta no campo é essencial.

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