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Abaixo o identitarismo!

Obstáculo da mulher na política é a burguesia

Para combater a luta real das mulheres trabalhadoras a imprensa burguesa intensificou a sua política de demagógica de “representatividade feminina”

No Dia Internacional da Luta da Mulher Trabalhadora, a imprensa burguesa ampliou sua demagogia identitária ao extremo. Uma de suas políticas, para ofuscar a luta real das trabalhadoras, é a questão da “representatividade”. A ideia é que é preciso ter mais mulheres da política, algo que sempre defendido pelo movimento operário, mas não na luta política, sendo alçadas a funções importantes por meio de sua atividade política. A burguesia quer importar a “representatividade” de forma burocrática, se impondo no funcionamento interno dos partidos, criando leis de cotas que, na verdade, são apenas ferramentas ditatoriais para controlar as organizações menores. Essa política da representatividade deve ser combatida.

Em um artigo do G1, o jornal da família marinho expõe a sua tese: “Violência política de gênero é um fato que acomete mulheres de todas as posições no espectro político ideológico’, define a cientista política Mônica Sodré, diretora-executiva da Rede de Ação Política pela Sustentabilidade, em entrevista à Natuza Nery. ‘Tem a ver com toda e qualquer ação para cercear ou impedir mulheres de se manifestarem e fazerem valer os seus direitos nos espaços de poder.’” Aqui se cria a tese abstrata da violência política de gênero. Não é uma violência real como, por exemplo, os atos bolsonaristas que tentaram impedir por meio de um piquete uma criança estuprada de abortar. Ou uma violência dos pistoleiros dos latifundiários, ou da polícia militar contra lideranças políticas. É uma violência abstrata que convenientemente afeta “todo o espectro político”.

O problema da mulher não é que ela é impedida de acender na sociedade, é que ela concretamente ocupa um espaço inferior na sociedade. As mulheres, por sua condição de maternidade, são obrigadas a se manter nos serviços do lar, se tornam dependentes economicamente, ficam a serviço de sua família. Sua condição de oprimidas as impede de participar de todo tipo de atividade, inclusive da luta política. Por isso, em quase todo o planeta as mulheres são minoria nos governos e parlamentos. A realidade material da mulher impõe que ela assuma posições inferiores à dos homens na sociedade. Na é uma questão de “violência política” é uma realidade econômica.

Para combater a luta real das mulheres trabalhadoras, a imprensa burguesa intensificou a sua política demagógica de “representatividade feminina”

A legislação eleitoral impõe que as chapas tenham pelo menos um terço de mulheres. Mas se você é um partido pequeno ou tem pouco organização em determinado estado, ou cidade, isso se torna um entrave. Se você possui dois candidatos, por exemplo, ao menos um deles deve ser mulher. Não importa se os dois candidatos são militantes da luta de movimentos importantes, compostos de homens e mulheres. A justiça eleitoral ainda pode usar a cota inversamente e derrubar uma chapa de apenas mulheres caso ela seja politicamente contra a organização. A política correta é que os partidos devem ter a liberdade de se organizar como desejarem, independente do Estado. Caso o partido tenha uma política aberta para as mulheres, é lá que elas se agruparão.

Os partidos operários sempre formam a linha de frente nesse quesito. Na Alemanha, por exemplo, o Partido Social Democrata tinha como uma de suas grandes dirigentes a revolucionária Rosa Luxemburgo. Ele era o partido que mais travava a luta em defesa da mulher, tanto que quando assumiu o governo em 1918 o voto feminino foi legalizado na Alemanha. O mesmo vale para o Partido Bolchevique, lá as mulheres tinham ampla participação e lideraram o movimento de luta em defesa de seus direitos. Quando os bolcheviques tomaram o poder, as mulheres tiveram uma das maiores conquistas da história da humanidade, tudo de uma vez. O Comitê Central do partido, no entanto, era composto na esmagadora maioria por homens.

O artigo da Folha de SP mostra como a lei de combate à violência de gênero é uma imposição aos partidos: “Eles responderão por esse descumprimento? É possível tomar medidas judiciais, que sempre vão depender de uma interpretação do Judiciário, que precisa ser feita com muito cuidado. Temos que avançar em estabelecer um modelo judicial, porque o relator do caso pode simplesmente dizer que é uma questão de autonomia do partido. Vamos marcar uma rodada de seminários com os partidos, apresentar os que estão formalmente prontos e iniciar um monitoramento para ver como estão adotando as medidas na prática. A ideia é sairmos disso com todos os partidos respeitando, no mínimo, a parte formal. Caso isso não se viabilize, vamos analisar medidas judiciais.”

O ponto mais importante é “depender da interpretação do judiciário”. Isso mostra que a lei é totalmente arbitrária, cada juiz pode definir se o partido pratica ou não violência de gênero. É uma interferência do judiciário sobre a política, que vimos desde o início da Lava Jato, é uma política desastrosa para a esquerda. A defesa da mulher e da democracia em abstrato se materializa no aumento do poder dos tribunais de controlar a política nacional. Esse é sempre o fim das políticas identitárias, elas fortalecem a repressão estatal e levantam figuras direitistas como Sônia Guajajara e Simone Tebet. As mulheres trabalhadoras, no entanto, não ganham nada com isso.

A representatividade se mostra uma farsa também pela questão política na América Latina. A presidenta Dilma Rousseff e Cristina Kirchner foram duramente atacadas pela direita que se utilizava de todo tipo de discurso, inclusive do machismo. Já Dina Boluarte de Janine Añez, as golpistas do Peru e da Bolívia, estabeleceram verdadeiras ditaduras fascistas em seus países, com elas a propaganda identitária foi enorme. Essa é a verdadeira política da representatividade, no Brasil ela se manifesta com Simone Tebet, Tábata Amaral e as demais direitistas que são inimigas das mulheres e de todos os oprimidos no país.

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