Nesse sábado, o companheiro Rui Costa Pimenta, presidente do Partido da Causa Operária, realizou a tradicional Análise Política da Semana, as 16h, no canal da COTV Reserva. O principal tema debatido nessa edição do programa, o primeiro após a virada do ano de 2022 para 2023, foi a intensidade da crise do imperialismo e suas consequências no movimento operário.
Em primeiro lugar, a crise imperialista, em especial dos EUA, mas também do restante dos países imperialistas, é vista na sua fraqueza bélica. 2022 foi o ano da derrocada dos Estados Unidos pela guerrilha do Talibã, em um dos 20 países considerados mais agrários do mundo. Em segundo lugar, a falta de força do imperialismo de conjunto para conter a invasão russa na Ucrânia, o que leva a guerra de meados de 2022, durar até hoje.
Esses dois elementos do ano passado devem ser somados ao processo de enfraquecimento bélico dos EUA, impulsionado pela crise interna no país com o movimento contrário as invasões do país no oriente médio, como na situação da guerra do Iraque. A derrota dos EUA na Síria também foi um elemento de desmoralização do poderio norte-americano.
Nesse sentido também, é preciso lembrar que o poderio nuclear não é mais uma exclusividade dos países membros do Conselho de Segurança da ONU (G8). Mas sim, um elemento militar de vários dos países inimigos do imperialismo norte americano. O Irã, depois de muitos de seus cientistas serem assassinados pelos EUA e os seus planos científicos serem destruídos, conseguiu o feito. Assim como a China, a Coréia do Norte, India, Paquistão. Além da própria Rússia, que adquiriu o conhecimento quando ainda parte da ex-URSS.
O companheiro Rui, comenta, inclusive, que esses elementos da crise, devem ter sido considerados pela Russia para a decisão da invasão da Ucrânia. A crise é tanta, por exemplo, que o próprio governo Netanyahu sinalizou que não vai fazer nada contra a Russia em relação a Ucrânia. Um governo de tipo facista, como o de Israel, principal aliado dos EUA no Oriente Médio, só se coloca contra o mesmo, pois também está em uma situação difícil: apenas a Russia tem poder de segurar os países muçulmanos do oriente medio a pular no pescoço deles.
Esse fato mostra que a fraqueza dos países centrais tende a ocasionar, não uma situação de paz mundial. Pelo contrário. Essa instabilidade, tende a gerar uma situação de conflito ainda mais acirrado, tendendo a uma guerra mundial com uso de forças nucleares. “A situação política internacional é extremamente delicada para o imperialismo, é o lago de gasolina que se alguém riscar um fósforo, tudo pega fogo. “, diz o companheiro Rui.
A situação, contudo, não é ruim para o povo. Isso, porque, a desestabilização de cima, tende a gerar uma desestabilização por baixo. Há um grande crescimento das greves em todo o mundo. Particularmente nos países imperialistas, a classe operária organizada tem feito grandes manifestações. A situação da crise da energia e o aumento da inflação, nesse sentido, é gasolina na situação que já era instável. Na Inglaterra, por exemplo, o governo já esta criando várias leis anti-greves para tentar conter a mobilização, mas sem sucesso.
A inflação está sublevando a classe operaria. Aparentemente isso vai por um fim na crise da luta operária que se deu com a mão de obra chinesa.
