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Roberto França

Militante do Partido da Causa Operária. Professor de Geografia da Unila. Redator e colunista do Diário Causa Operária e membro do Blog Internacionalismo.

“Great Reset”

O lobismo climático

Os BRICS precisam estabelecer uma política de completa ruptura com os fundamentos estabelecidos pela BlackRock e pelo "Great Reset".

Digite o termo “ansiedade climática” no Google e encontrará um sem-número de menções tratando essa patologia com seriedade. Além da palavra-chave, também encontramos a palavra “ecoansiedade”. No corretor do programa de edição de texto “eco-ansiedade” já pode ser substituída pela palavra “ecoansiedade”.

O imperialismo, por meio de suas instituições, cada vez mais impõe uma agenda comum, a ponto de forjar uma patologia para um problema lateral à sociedade. Os bilionários, os controladores do mundo, estão impondo uma agenda voltada à imposição institucional de usos e costumes por meio da Agenda 2030.

Por meio da Agenda 2030 está sendo imposta uma verdadeira ditadura global, onde os grandes capitalistas organizam as pautas políticas, das empresas aos trabalhadores. A imposição do medo é a arma de figuras como Bill Gates, um dos maiores gângsteres que impõe o terror por meio de suas máquinas de Soft Power como a ONG Bill & Melinda Gates. “Por mais terrível que seja esta pandemia, as alterações climáticas podem ser piores… O declínio relativamente pequeno nas emissões este ano deixa uma coisa clara: não podemos chegar a zero emissões simplesmente – ou mesmo principalmente – voando e dirigindo menos”, afirmou Gates em 2020.

Nada como o medo! Esse pensamento que se prolifera em todas as plataformas sob controle de Gates e cercanias, de modo a estabelecer um terrorismo ambiental, ao mesmo tempo em que os bilionários se colocam como heróis, o que é absolutamente distópico: pensar que bilhões de seres humanos no planeta vivem sob o enquadramento de uma gang que vive da exploração de tudo quanto é recurso para alimentar seus negócios.

Enquanto os preços do petróleo e gás aumentam, mesmo com o aumento das reservas internacionais per capita, forçando a destruição de dezenas de milhões de empregos. Essa crise energética é fruto de um planejamento estratégico das corporações mais avançadas, a fim de dissolver o futuro de países como o Brasil, que teria um futuro promissor não fosse a ideologia verde, que além de não resolver os problemas ambientais, força o atraso do país.

Sustentabilidade, a ideologia mais hipócrita do capitalismo

Entre todas as ideologias do modo capitalista de produção, a mais perniciosa é a da sustentabilidade. Até seu surgimento, os países avançados gozaram de mais de 300 anos de franco desenvolvimento material, o que proporcionou a dianteira na condução de suas políticas imperialistas. Em 1972, com a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, o mundo entraria em uma era onde as mentiras surgem a partir de fóruns globais. Em Estocolmo gestaram o embrião para o dinheiro verde. 

Em tempos de “contracultura”, de hippies e outras coisas exóticas, o verde passaria a ser o modo pelo qual poderia se limpar o dinheiro, símbolo de sujeira em tempos de nascimento do neoliberalismo. Os grandes capitalistas passaram a perceber que, atrelando seu lucro a boas práticas, passariam a sensação de que não são eles os responsáveis pela malversação ambiental.

Percebendo o grande apelo ambiental, a BlackRock, empresa mais poderosa do mundo, criou a agenda ESG (Environmental, Social and Governance), que significa Ambiente, Social e Governança em português, convertido em Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU. Na realidade, muito longe dessa promessa, essa agenda serve para estabelecer o controle total de espectro político. 

Inicialmente, o ESG era somente uma forma de classificar se uma empresa é ou não confiável, se tem “boas práticas”. Depois, esses objetivos passaram para classificar os países, a fim de impor como devem formar sua sociedade e como devem se organizar territorialmente. A partir da ESG empresas poderiam ou não ter acesso a créditos.

O gênio por trás dessa ideia é o Larry Fink, que emitiu a carta “A Fundamental Reshaping of Finance”, à Wall Street, sobre o futuro dos investimentos, com a seguinte “profecia”: “Num futuro próximo – e mais cedo do que a maioria antecipa – haverá uma realocação significativa de capital… Risco climático é risco de investimento.” Além disso, ele afirmou: “Todo governo, empresa e acionista deve enfrentar as mudanças climáticas”. [Larry Fink, A Fundamental Reshaping of Finance, Carta aos CEOs, janeiro de 2020, https://www.blackrock.com/corporate/investor-relations/2020-blackrock-client-letter].

Fink anuncia ao mundo que deixará de investir em energia fóssil e examinará novos investimentos em petróleo, gás e carvão para determinar sua adesão à “sustentabilidade” da Agenda 2030 da ONU. Como Fink tem todos os bilionários sob seu guarda-chuva, anunciou o planejado pelo cartel dos grandes capitalistas desde Estocolmo e antes.

O petróleo abundante nos países atrasados será de difícil refino e prospecção no futuro. A ideia do desinvestimento é impor um caos e elevar custos de energia para países que necessitariam do poder energético do petróleo em se desenvolver. Todos os protocolos relativos ao grande reinício já estão projetados a espera. Os avanços nas novas formas de energia estão sendo operados com grande velocidade para impor disparidade tecnológica entre países, firmando a condição de atraso da maioria dos países.

O clima da Terra está em constante mudança desde há bilhões de anos. Existem momentos de alterações nas explosões solares, magnetismo e proximidade da Terra. Apesar de bilionária hoje, a população terrena não é suficiente para alterar bruscamente os patamares do clima entre Terra e Sol. 

Engdahl, a quem tributamos algumas ideias aqui expostas, lembra que o “CO₂ não pode subir para a atmosfera a partir do escape de automóveis, de usinas de carvão ou de outras origens artificiais. Dióxido de carbono não é carbono ou fuligem. É um gás invisível e inodoro, essencial para a fotossíntese vegetal e todas as formas de vida na Terra, incluindo nós. O CO₂ tem uma massa molecular de pouco mais de 44, enquanto o ar (principalmente oxigênio e nitrogênio) tem uma massa molecular de apenas 29”. [The “Great Zero Carbon” Conspiracy and the WEF’s “Great Reset”. F. William Engdall, Global Research, August 12, 2023]

O que Fink está promovendo às pessoas e suas famílias é cuidar do jardim da casa (quando tem) e deixar os filhos passar fome. Querem que se preserve a natureza, quando na realidade, somente Fink e seu grupo, que está no Fórum Econômico Mundial, vai poder gozar da produção de commodities minerais à medida de seu próprio controle, já que os governos dos países estarão completamente nas suas mãos, pois estão desistindo de explorar suas riquezas para benefício dos ricos.

Claro, o programa de Fink também visa o caos no próprio território nacional, os Estados Unidos, onde Biden tem política de zero construção de refinarias, mesmo com a ampliação da exploração petrolífera no Alaska. Biden é o presidente da BlackRock e dos principais capitalistas do mundo. 

Essa política tem tudo a ver com o malthusianismo, pois o mundo passará por uma onda de desinvestimento em infraestruturas até que as novas bases estejam concluídas para retroalimentar a circulação do capital dos países avançados. Por isso os BRICS precisam ter êxito nessa nova fase, e precisa atuar para abolir qualquer relação com a agenda ESG, caso contrário, não despertará os países fora do G7 e do imperialismo a prosperar.

Qualquer inclusão da política imperialista em algum aspecto dos BRICS sinalizará para manutenção da vitória dos países do G7 e do próprio imperialismo. A sinalização de moeda única deve vir acompanhada de uma série de políticas de ruptura com qualquer política do imperialismo, caso contrário não terá êxito algum. Todos os países dos BRICS precisam criar condições de completa ruptura com os padrões da agenda ESG, das ONGs imperialistas e todas as políticas que visem, demagogicamente, alterar os rumos de supostos problemas ambientais.

Fugir aos fundamentos da ESG/ODS é a chave para uma nova política externa e geopolítica que liberte o chamado Sul Global das garras de Fink, Schwab, Gates e outros gângsteres da ditadura global.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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