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Caso Dallagnol

O “legalismo” chave de cadeia de Reinaldo Azevedo

Jornalista voltou a mostrar todo o seu lavajatismo defendendo a máxima "aos amigos, tudo; aos inimigos, a lei"

Entre os vários mitos idiotas da política nacional, existe o “mito dos dois Reinaldos”. Segundo os que creem nele, há um cidadão chamado Reinaldo Azevedo, que, assim como a figura bíblica Paulo de Tarso, teria tido uma visão e mudado radicalmente de posição. Antes da epifania, ele era o Reinaldão fascista, bolsonarista, lavajatista e antipetista. Depois da visão, passou a ser o Reinaldinho paz e amor, lulista, legalista e bolchevique.

Acontece que Reinaldinho e Reinaldão são a mesma pessoa. E não há nada de complexo, dialético ou contraditório nisso: na verdade, existe apenas o Reinaldão. O Reinaldinho não passa de uma fachada para que Reinaldão consiga se infiltrar nas fileiras da esquerda.

Recentemente, mesmo em sua fase Reinaldinho, Azevedo deixou escapar que é, foi e sempre será apenas o Reinaldão. A ocasião se deu quando o direitista se aventurou em comentar a cassação do mandato do deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR). Disse ele, por meio das redes sociais, em comentários que foram aparentemente apagados, mas registrados a tempo pelo Estado de Minas:

“Dizem que estou comemorando a cassação de Deltan Dallagnol! Gente! Que é isso? É claro que é verdade. (…) Sempre fui critico da Lei da Ficha Limpa! Há aberrações lá. Tomei porrada do lavajatismo. Mas, se existe a lei, cumpra-se. Dallagnol esperneia por ser cassado por uma lei q ele defende. Aplaudo sua cassação por uma lei q ñ defendo. Sou, em suma, um legalista. E ele, um ilegalista.”

É a volta do Reinaldão lavajatista, defensor de todo tipo de arbitrariedade. A única diferença é que hoje, para atuar como um lavajatista, Reinaldo Azevedo se diz um inimigo do lavajatismo… Pode parecer estranho, mas se torna perfeitamente compreensível quando se vê alguém como Joe Biden prometendo lutar contra “ditaduras”.

Antes de entrar no mérito de seu argumento, vamos antes apenas nos desfazer das mentiras – ou, como diz Reinaldo Azevedo, “fake news”, algo que deveria ser punido até com cadeia.

Reinaldo Azevedo nunca combateu a Lei da Ficha Limpa. O pesquisador paciente até encontrará uma ou outra fala do jornalista chamando a lei de “inconstitucional”. No entanto, é só conversa afiada. A grande “prova dos nove” de quem é contra ou a favor da Lei da Ficha Limpa foi o seu uso no golpe de Estado de 2016. Na época, sua queixa era de que a lei era “fraca” demais:

“A Lei da Ficha Limpa teria tornado Dilma inelegível se ela tivesse renunciado. Mas não a torna inelegível depois de condenada.

É uma aberração? É claro que é. Um sujeito que tenha sido expulso, por qualquer razão, de um conselho profissional — de contadores, por exemplo — está inelegível. Mas não o chefe do Executivo Federal que tenha cometido crime de responsabilidade.”

Agora analisemos o grande princípio jurídico enunciado pelo jornalista: “aplaudo sua cassação por uma lei que não defendo”. É o lema da barbárie jurídica completa. A única conclusão óbvia a qual podemos chegar é que a lei, para Reinaldo Azevedo, não tem valor algum.

Segundo seu raciocínio, haveria um conjunto de leis que deveriam, via de regra, serem seguidas. No entanto, quando fosse para punir algum adversário, essas leis não teriam validade, caso elas resguardassem algum direito desse adversário. Ou seja, somente os amigos de Reinaldo Azevedo mereceriam ter direitos.

No entanto, esses “direitos” seriam completamente inúteis, pois o objetivo do direito seria a proteção diante de uma determinada arbitrariedade. Mas como a arbitrariedade só se daria contra os adversários, então bastaria resumir a concepção jurídica de Reinaldo Azevedo da seguinte forma: “aos amigos tudo; aos inimigos, a lei”. É a concepção de uma verdadeira ditadura, que estaria centrada no que Reinaldo Azevedo acha certo ou errado.

É um modelo jurídico econômico, sem dúvidas. Não precisaria de uma Constituição, de lei alguma. Bastaria um juiz ou uma sociedade de juízes e está tudo resolvido. É a volta do Reinaldão, é a defesa, sem tirar nem por, dos métodos da Operação Lava Jato, dos métodos da direita repressiva e truculenta, de quem Azevedo não passa de um porta-voz.

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