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Gabriel Araújo

Dirigente Nacional do Movimento Nacional de Luta pela Moradia, Editor da Tribuna do Movimento e do Boletim do Movimento. Militante do Partido dos Trabalhadores e colunista do Voz Operária-Rio de Janeiro.

Ocupação Maria Felipa

O descaso com a pauta habitacional em Pernambuco

Na madrugada do dia 27, moradores da ocupação Maria Felipa em Paulista-PE, foram pegos de surpresa por um incêndio, ocasionado pelo descaso do poder público da cidade

Tarcizio Ramos, Tribuna do Movimento

Na madrugada do dia 27, moradores da ocupação Maria Felipa em Paulista-PE, foram pegos de surpresa por um incêndio, ocasionado pelo descaso do poder público da cidade. Moradores tiveram de sair às pressas enquanto o fogo se espalhava pela ocupação. No total foram 30 barracos atingidos pelo fogo, ou seja, mais de 30 famílias desabrigadas.

A ocupação Maria Felipa é situada na cidade de Paulista no espaço pertencente a Companhia de Água (COMPESA) que, por sua vez, fez a doação da terra para Companhia Estadual de Habitação e Obras (Cehab), esta que em quase um ano não tomou a iniciativa já deliberada de fazer a divisão e distribuição das terras.

A ocupação já remanescente de outra ocupação ali instalada em 2019 (Ocupação Miguel Lobato), precisou se fazer presente após o forte descaso do poder público municipal, estadual e federal. Descaso esse presente na vidas das mais de 500 famílias que tiveram de deixar a ocupação Miguel Lobato com o auxílio moradia de apenas R$200,00, um valor irrisório que parece até uma piada com os trabalhadores e trabalhadoras, que dali foram retirados com as condições de sustento escassas e ainda mais reduzidas pela pandemia do covid-19.

Na madrugada de sexta-feira para sábado, dia 27, os moradores de Maria Felipa viram seus barracos e pertences pegarem fogo. Mais de 30 famílias ficaram desabrigadas. Por sorte nenhuma vítima fatal, porém essa foi mais uma cena do descaso público com a política de habitação país. Moradores de Paulista esperam na luta a decisão do poder público sobre o que será feito de suas vidas na espera de poder construir ali o residencial Miguel Lobato.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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