Ter medo é normal, até natural, um sentimento instintivo do ser-humano; medo de nada ou de pouca coisa é que é estranho. Ser covarde não é normal, mas é um direito das pessoas comuns.
Quando o covarde em questão é um político, a coisa muda de figura. A covardia transforma-se em orientação política. Mas até aí, cada tem o direito de defender a política que quiser, boa ou ruim, apenas sabendo que poderá ser criticado.
Mas se tem algo que é condenável mesmo é tentar pintar a covardia como um grande ato de coragem. Aí já é desonestidade política.
É o que fizeram e ainda fazem com duas figuras que foram para a Europa quando Bolsonaro ganhou a eleição: Jean Wyllys e Márcia Tiburi. Os dois são recebidos com festas como se fossem dois militantes guerrilheiros que enfrentaram uma ditadura ferrenha e agora estão de volta.
Saíram correndo, essa é a verdade. Fugiram.
Márcia Tiburi, diz uma coluna no portal Brasil 247, aproveitou os tempos em Paris para “descobrir sua vocação de pintora”. Esperamos que seja uma vocação e tanto, porque em política ela já mostrou que lhe falta vocação.
Ainda segundo o relato, Tiburi presenteou o anfitrião do jantar de boas-vindas, Walfrido Warde, com duas de suas telas. Muito bonito!
Em suas cartas com Jean Wyllys, publicadas em livro, os dois comentam sobre o atraso do pagamento da bolsa da Open Society para Wyllys. Para quem não sabe, a organização do mega capitalista George Soros. Foi um exílio tranquilo, com direito à mesada, para guerrilheiro nenhum botar defeito.
Não sabemos se Tiburi também recebia da Open Society, mas podemos suspeitar que algo parecido também ocorria com ela.
Os quadros a Walfrido Warde é que são muito representativos. Para quem não se lembra, o advogado é dono do IREE, um Instituto com relações com organizações imperialistas como é a Open Society. Tem ligações com a Global Americans e o NED, uma carinha moderna da CIA. Além disso, seu instituto abriga, além de Guilherme Boulos, personagens da direita golpista como o general Sérgio Etchegoyen, Raul Jungmann, ambos ministros de Temer, e Leandro Daielo, diretor da Polícia Federal.
Walfrido Warde recepciona esquerdistas enquanto desenvolve suas parcerias com a CIA e os golpistas brasileiros. Merece os dois quadros da pintora Márcia Tiburi.