Neste domingo (15), ocorreu a primeira aula do curso da Universidade de Férias do PCO, cujo tema é “Uma crítica marxista do identitarismo: Woke, decolonialismo, cancelamento”. A aula, de caráter introdutório, procurou mostrar algumas características essenciais do identitarismo.
O companheiro Rui, em sua exposição, explicou que o identitarismo é uma política que provoca revolta na população, estimula a extrema-direita e torna difícil a evolução política da juventude para posições revolucionárias. Portanto, é muito importante caracterizá-lo, discuti-lo e compreender os meios para combatê-lo.
A primeira questão que deve ficar clara sobre o curso é que o identitarismo será caracterizado como ele realmente é: uma política reacionária e contrarrevolucionária. Não será feito nenhum compromisso nesse sentido. Não há nada de positivo a respeito das ideias e das consequências práticas delas, e isso será demonstrado ao longo do curso através da análise.
Um aspecto que é evidência clara disso é o fato de que os identitários são todos financiados pelo imperialismo de forma ostensiva. Isso não é por acaso. A partir da discussão das ideias identitárias, que será feita de forma aprofundada pelo companheiro Rui ao longo do curso, isso ficará claro.
Além disso, é preciso mostrar que há uma outra política para a juventude que agora está sendo cooptada pelos identitários. Os movimentos de luta das mulheres, negros e minorias como os LGBT, estão todos dominados por essa ideologia, no momento atual. No entanto, é possível e necessário reorganizar todo esse movimento em uma política revolucionária.
Nos EUA, o identitarismo é conhecido por “política de identidade” (identity politics, em inglês). Ela é baseada na “identidade” de determinados grupos, e, devido a isso, pode ser tanto de direita quanto de esquerda.
Um exemplo disso é o próprio movimento supremacista norte-americano. Trata-se de um movimento identitário por excelência. Ele opõe as características e a identidade dos brancos a todos os outros grupos. O mesmo acontece com o movimento negro, das mulheres, LGBT e outros.
Essa ideologia, que opõe de forma irreconciliável os diferentes setores da sociedade, só pode levar a consequências reacionárias.
Um outro aspecto que foi levantado pelo companheiro Rui é o fato de o movimento identitário querer dar ao Estado o poder de mudar e de influir sobre a opinião das pessoas. Não é uma prerrogativa do Estado democrático burguês tentar mudar as ideias da população. Nesse sentido, caracteriza-se a política identitária como uma política cultural.
Os identitários querem ter a prerrogativa de usar a legislação para que toda a população tenha a mesma opinião que eles. O mesmo ocorre com sociedades teocráticas, em que a religião do Estado se impõe sobre os pensamentos de todos os outros setores.
Para se aprofundar nessa discussão, basta se inscrever no curso e assistir a aula na íntegra. Os companheiros que puderem participar presencialmente da atividade, podem se inscrever pela página acampamento.pco.org.br e também há a possibilidade de acompanhar de forma remota, pela página unimarxista.org.br.
