No último sábado (26), ocorreu uma nova audiência no âmbito do processo de perseguição movido contra quatro camponeses presos por motivos políticos em Rondônia. Os camponeses Estefane, Ricardo, Ezequiel e Luiz Carlos foram detidos em 2021 na Área Revolucionária Manoel Ribeiro, em 14 de maio daquele ano. Eles passaram sete meses na prisão em 2021 e foram compelidos a pagar multas, mas agora estão em liberdade enfrentando medidas restritivas. A região era administrada pela Liga dos Camponeses Pobres (LCP) e na época enfrentava um cerco militar orquestrado pelo latifúndio local e executado pela Polícia Militar.
Atualmente, os camponeses enfrentam acusações relacionadas à posse de radiotransmissores de uso restrito. No entanto, eles denunciam que esses aparelhos foram plantados no momento da detenção, durante o qual foram alvo de agressões por parte dos policiais, incluindo um incidente de atropelamento. No instante da prisão, também foi destruída uma câmera da viatura policial, e além dos rádios, um revólver e cartuchos de espingarda foram colocados nos pertences dos quatro camponeses.
A LCP denunciou este ano que a nova fase do julgamento representa uma continuação da vingança e repressão contra os camponeses, “porque eles participaram do histórico Acampamento Manoel Ribeiro, entre Corumbiara e Chupinguaia, lutando para libertar das garras do latifúndio a última parte da antiga fazenda Santa Elina”. A organização ainda alega que todo o processo e as acusações se baseiam exclusivamente nos depoimentos dos policiais.
A perseguição aos quatro camponeses já foi amplamente denunciada pela LCP e por outras organizações democráticas, incluindo o Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e a Associação Brasileira de Advogados do Povo Gabriel Pimenta (Abrapo), que está à frente da defesa dos camponeses.
Esse caso, mostra que a polícia brasileira é uma maquina de guerra contra o povo trabalhador da cidade e do campo. A única política que deve ser defendida em relação a essa instituição é defender seu completo desmantelamento. Não deve haver espaço para a presença de qualquer força de caráter fascista nas áreas operárias e camponesas do país.
É preciso organizar os camponeses contra a perseguição descarada que estão sofrendo por parte dos latifundiários e da polícia.