Segundo dados obtidos pela Folha de S. Paulo por meio de pedidos de Lei de Acesso à Informação (LAI) aos estados e junto ao Sisdepen, ferramenta de coleta de dados do sistema penitenciário brasileiro vinculado à Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) do Ministério da Justiça; cerca de 17 mil pessoas morreram nos presídios brasileiros entre 2013 e junho de 2023.
As causas das mortes são classificadas em quatro grupos: infecciosas e parasitária, como tuberculose, pneumonia, HIV, Covid e outras (12,1%); doenças crônicas não transmissíveis, como câncer, diabetes, doenças cardiovasculares, entre outras (10,6%); externa, como suicídio, homicídio, entre outras (25,7%); e mal definidas, pois não puderam ser classificadas por falta de informação do estado (51,5%).
O fato de a maioria das mortes não possuir causa bem definida mostra o tratamento dado às pessoas nos presídios brasileiros: a burguesia faz o que quer com os presos sem nenhum tipo de punição. Outro dado que mostra isso é o fato de o cruzamento do nome de mortos em alguns estados mostrar discrepâncias entre a causa da morte informada pelos governos estaduais e a registrada no atestado de óbito.
Finalmente, segundo institutos e organizações envolvidas com as condições as quais os presos são submetidos, a maioria das mortes poderia ter sido evitada, sendo consequência, principalmente, da falta de atendimento médico nos presídios.