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Mulher relata que quase morreu

Mulher relata que quase morreu por restrições ao aborto

As recentes restrições ao aborto nos Estados Unidos já vitimam mulheres que precisam do serviço.

O ano era 1973 e o caso Rose vs Wade fazia história na corte americana, mais precisamente no estado do Texas.  Rose era uma mão grávida, que já tinha dois filhos em posse do estado por ser considerada incapaz de cria-los com as mínimas condições. Desempregada, usuária de drogas e ex-moradora de rua, Rose solicitou ao estado o direito de abortar. Naquela época, o aborto só era permitido se a gravidez oferecesse risco à mãe, o que não era seu caso. Wade era o promotor do estado do Texas que defendia que o aborto era um assassinato. O caso foi levado à Suprema Corte, e o direito ao aborto foi instituído nos EUA, ainda que várias restrições acompanhassem a decisão.

A personagem desta matéria também é uma mulher e a história se passa em 2023, no estado do Texas, EUA. Amanda Zurawski ficou grávida depois de um longo tratamento de fertilidade. Ela e o marido comemoravam as 18 semanas de gravidez quando os médicos disseram que a criança não sobreviveria. Arrasada pela situação e obrigada a fazer um aborto indesejado, Amanda buscou o procedimento. Porém, foi barrada por uma decisão tomada pela Suprema Corte Americana em 2022 que voltou 50 anos no tempo com uma canetada.

O caso Rose vs Wade foi substituído por Dobbs v. Jackson Women’s Health Organization, que define que a Constituição do país não concede direito ao aborto. Este ataque frontal aos direitos reprodutivos das mulheres provocou uma onda que já cobriu mais de 10 estados americanos, que decidiram revogar suas leis de direito ao aborto alegando inconstitucionalidade. O problema é que não apenas este direito é revogado, mas toda uma rede de serviços para aborto seguro é desmontada.

Amanda Zurawski é uma das vítimas do retrocesso provocado pelo conservadorismo que se fortalece no mundo inteiro. Com o retorno da exigência da mãe estar em risco de vida para o aborto ser realizado, Amanda, numa situação impensável, foi obrigada a esperar até sua vida ser colocada em xeque. E assim aconteceu. Três dias após o diagnóstico Amanda teve um choque séptico, que é uma grave situação de saúde que pode levar à falência de múltiplos órgãos. Após três dias na UTI ela voltou para casa sem o útero. A sepse gerou muito tecido fibroso no útero sendo necessário remove-lo cirurgicamente. O sonho de ter filhos ficou ainda mais complicado e difícil para Amanda e seu marido.

O preço que Amanda e milhares de mulheres pagam pelo conservadorismo é incalculável. No Brasil, onde sequer as discussões do aborto avançaram de forma favorável à mulher, milhares se submetem a cada ano a procedimentos em clínicas clandestinas, sem as condições mínimas para o procedimento ser realizado com segurança. Já as mulheres com poder aquisitivo viajam para países onde o procedimento é legalizado e o realizam sem grandes preocupações. Ou seja, o conservadorismo penaliza aquelas que mais necessitam de atenção e apoio.

Tendo a mulher como principal alvo, políticos conservadores, cuja missão legislativa é promover o retrocesso em direitos democráticos básicos, neste caso, com forte apoio do poder judiciário, tão conservador quanto, caem como um bloco de concreto sobre a vida daquelas que já convivem com a desassistência. O foco é um moralismo a todo custo, inconsistente no discurso, falso na prática e agressivo na execução. Isto só reforça a necessidade da luta constante contra o Estado burguês e suas estruturas burocráticas que são ágeis e úteis para punir e omissas e seletivas para garantir direitos. As mulheres precisam se unir sob uma grande bandeira de direitos para todas.

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