Nos primeiros dias de abril, ocorreram mobilizações em todas as regiões do estado de Pernambuco. Foram 2.280 famílias da Zona da Mata, agreste e sertão, com marchas e vigílias cobrando medidas. O que atingiu 8 latifundiários de terras improdutivas, declaradas no Incra, que não produzem em determinadas áreas e que não cumprem a função social. Há também denúncias de muitas irregularidades.
Essas mobilizações ocorrem dentro do conhecido Abril Vermelho, em memória dos 21 companheiros massacrados em Eldorado dos Carajás/PA, em uma ação do Estado que utilizou a polícia para defender os interesses de latifundiários. Até hoje segue a impunidade, pois para a burguesia é permitido matar trabalhadores.
Essa atuação também marca a denúncia de concentração de terra no Brasil, que é gigantesca, metade de toda terra são de propriedades rurais.
Houve também mobilização em Santa Terezinha; em Caruaru foram cerca de 350 famílias; em Goiânia (300); em Petrolina (600); Jaboatão dos Guararapes (400); Timbaúba, com 150 famílias, dentre outros estados. Também ocuparam a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) exigindo a exoneração do bolsonarista Wilson Cesar de Lira .
A volta do governo Lula impulsionou de fato a retomada das mobilizações com ocupações. Esse e o momento de pressionar para ajudar o governo a garantir o direito à terra, como reza a Constituição, seja aplicado. O governo Bolsonaro aprofundou a crise no campo, com seus constantes ataques contra o movimento dos trabalhadores sem-terra.
Essa ação do MST deve se estender para além do mês de abril, deve ser uma constante, pois a reforma agrária é uma necessidade urgente. É claro que em abril não se deve deixar de lembrar os companheiros que tombaram em defesa dos direitos dos trabalhadores contra um Estado assassino e opressor.
Todo apoio à jornada de luta, as ocupações e as ações dos trabalhadores sem-terra são legítimas.