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Hélio Rocha

Possui graduação em Comunicação Social – Jornalismo pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2013). Atualmente é repórter de meio ambiente e direitos sociais em Plurale em Revista e correspondente em Pequim.

Futebol

Messi leva até quando é medíocre

Messi foi craque. Mas vê-lo vencer o prêmio de melhor do mundo, numa escolha que sequer considerou Vini Jr., é desesperador

Algo me faz crer que Messi ganhará a Bola de Ouro da FIFA até os 90 anos, ainda que não faça a diferença nem num jogo de amigos do Romário contra amigos do Edmundo. Porque, sim, a idade chegará para o prodígio argentino e, quando os cinquenta pesarem como os quase setenta para os ídolos dos anos 1990, possivelmente a bola do rei da pequena área e do animal serão melhores que a do grande jogador do Barcelona e da alviceleste, mas que vem mostrando futebol medíocre e se tornou uma foca de circo no campeonato dos Estados Unidos.

Messi foi craque, melhor que Maradona, mas sequer foi melhor que Ronaldo, Ronaldinho, Garrincha. Quando ao Mané, sem discussão. O único que jogou perto da bola de Pelé, quando os dois estavam em atividade. Venceu duas Copas do Mundo. Uma, 1962, como seu principal craque. Ronaldo, melhor nos critérios de desempate. Mais decisivo, marcando mais gols em copas, decidindo a Copa de 2002 como Messi faria vinte anos mais tarde, mas vencendo duas Copas América como craque em 1997 e 1999, barbarizando em 1998 até sofrer um ataque de epilepsia às vésperas da final, e deixando uma condição de quase aleijado para chegar à glória em menos de dois anos. Messi também teve um vice, mas em atuação discreta numa Argentina medíocre. Ronaldinho, de carreira mais modesta, mas brilhando mais enquanto jogou em alto nível, antes de resolver curtir suas merecidas festas e aventuras que foram desde encontro com príncipes até a cadeia no Paraguai.

O que faz de Messi o melhor é o espetáculo midiático. Jogou nos tempos em que todos os seus jogos eram televisionados com centenas de câmeras. Deu shows que, claro, o imperialismo aproveitou para promover grandes marcas às custas de sua habilidade, e agora se esforça para emplacá-lo como o maior da história. A imagem de Pelé, “pobre Pelé”, nem patrocínio na camisa pode exibir nos dias de hoje. Foi de longe o melhor de todos, mas não rendeu na época, nem rende hoje, um trocado para o capitalismo. O que, fique claro, é uma de suas maiores virtudes. 

Pelé foi o melhor sem o dinheiro de ninguém. Foi melhor como o rei negro vestido de branco. Fez mais pelo “povo preto”, tão propagado pelos identitários, que qualquer Angela Davis, mostrando a excelência de uma raça que até então era conhecida pelo trabalho braçal e sensualidade. Que inspirou milhões de pessoas e milhares de atletas. Basquete era esporte de branco, tênis também, Formula 1 mais ainda. Se existiram Michael Jordan, Serena Williams, Lewis Hamilton, agradeça-se ao Pelé e, justiça seja feita, a Mohammad Ali. 

Portanto, Messi foi craque. Mas vê-lo vencer o prêmio de melhor do mundo, numa escolha que sequer considerou Vini Jr. (o imperialismo deixa de ser identitário assim que interessa, descartando um jovem negro vítima atroz de injúrias racistas consecutivas, porque ele desafia uma liga entupida de grana de gigantescas empresas), é desesperador. Fica evidente um imenso esforço e fazer de Messi melhor que Pelé. Em inflar o escalte do argentino para que ele fique acima de qualquer jogador. Impossível não pensar que é artificial. Messi se apequena com isso, e o Brasil que se ligue e faça a defesa do legado de Pelé, ou ele restará como outro Santos Dumont.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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