Uma parte importante da esquerda brasileira sempre deixou clara a sua aversão aos governos nacionalistas de esquerda da Venezuela, Cuba e Nicarágua. A postura de Lula no sentido da aproximação com esses países e como interlocutor da esquerda nacionalista latino-americana desagrada esses setores da esquerda pequeno-burguesa alinhados com o imperialismo. Boric, no Chile, deixou claro que desaprova esse alinhamento de Lula a Maduro, e outros partidos políticos e representantes da esquerda identitária brasileira fizeram o mesmo recentemente.
Interessante ressaltar que essa é a mesma posição política do golpista infiltrado a mando do imperialismo Juan Guaidó, que afirmou, nessa terça-feira (30), que as falas de Lula contra a atuação de Guaidó na Venezuela, a recepção do próprio Maduro no Brasil e a inclusão da Venezuela à mesa da dos presidentes sul-americanos em Brasília são uma afronta à democracia. Vindo de um golpista capacho dos Estados Unidos, soa até como ironia.
Em entrevista à CNN, Guaidó diz que essa participação de Maduro como representante da Venezuela na reunião com os países sul-americanos “é uma promoção de incentivo a impunidade”. Lula também em entrevista rebateu dizendo que “acha um absurdo Maduro não ser reconhecido o presidente, já que foi eleito pelo povo”. Lembrando que Guaidó se autodeclarou presidente da Venezuela e foi reconhecido pelos Estados Unidos, a União Europeia e o próprio Brasil quando ainda era governado por Jair Bolsonaro. O mesmo imperialismo e seus governos capachos que defendem a ofensiva contra a Rússia utilizando de escudo a Ucrânia do nazista Zelensky.
Enquanto a imprensa golpista burguesa de maneira uníssona combate Lula pela aproximação com a Venezuela de Maduro, não fala nada contra o golpe no Peru e o governo traidor do povo no Equador. Lula está correto de apoiar a Venezuela representada por Nicolás Maduro, assim como Ortega na Nicarágua e Cuba; todos inimigos do imperialismo e que sofrem inúmeras pressões e sanções há muitos anos e décadas no caso cubano. Guaidó é um charlatão e delinquente a serviço dos Estados Unidos com intuito de desestabilizar e, se possível, contribuir para empurrar para fora o governo Maduro e outros que vierem na esteira do nacionalismo.
Maduro representa a esquerda nacionalista da Venezuela e a imprensa burguesa brasileira e imperialista não suportam governos que se consideram soberanos. Enquanto isso, bajulam regimes nazistas a serviço da OTAN, impondo coerções aos seus inimigos. Guaidó é mais que um impostor, mas um adversário a ser combatido pela soberania popular latino-americana.