Nesta última terça-feira (31), foi ao ar mais uma edição do programa Análise Política da 3ª, no canal Rádio Causa Operária. Neste programa, o companheiro Rui Costa Pimenta analisa os últimos acontecimentos políticos da semana e fala sobre eles num formato de programa de entrevista de rádio, respondendo a perguntas dos ouvintes e discutindo sobre diversos temas de forma mais fluida.
O tema principal do programa da última terça foi o chamado de Lula para o povo sair às ruas para defender e também para cobrar seu governo. A notícia que levou a esse comentário foi o fato de que Lula realizou o primeiro evento do Conselho de Participação Social e do Sistema de Participação social, um órgão criado dentro da própria Secretaria Geral da presidência da república, para que os movimentos sociais tenham audiência privilegiada com o governo.
Sobre essa questão, o companheiro Rui avaliou que Lula está expressando uma questão fundamental na situação política atual, que é o fato de que seu governo precisa ser apoiado e até pressionado pelo povo para tomar determinadas atitudes.
No entanto, a preocupação é que a CUT e as outras organizações do povo ajam como fizeram nos mandatos anteriores do PT, tornando-se reféns do governo, não se mobilizando e esperando que as coisas viessem para eles de mão beijada, o que fez com que toda a pressão viesse pela direita e acabasse ocasionando em um governo que agradasse bem mais à direita do que às organizações do povo.
Outro tema comentado pelo companheiro Rui foram as paralisações de diversos setores operários contra o governo Macron, na França. A proposta feita pelo presidente francês de uma nova reforma da previdência, que aumentaria a idade da aposentadoria de 62 para 64 anos, gerou uma onda de greves em todo o país. Mais de 50% dos professores estão paralisados e há um alto índice de paralisação no setor do transporte, do petróleo e de energia.
O companheiro Rui avalia que o governo Macron é um governo acabado. A única razão pela qual ele ainda não caiu é que a esquerda francesa e as direções dos movimentos operários não age no sentido de derrubá-lo definitivamente, não têm iniciativa política nenhuma. Devido a isso, eles perderam muitos trabalhadores para a direita, de forma semelhante ao que ocorre no Brasil. Seria preciso que pedissem imediatamente o fim do governo Macron.
O companheiro Rui também comentou a questão das eleições do presidente da Câmara e do Senado no Brasil, dizendo que é algo que deve ser observado muito de perto, já que o golpe contra Dilma se estruturou a partir do Congresso. Ele lembrou que, quando Eduardo Cunha foi eleito presidente da Câmara, em 2015, o PCO afirmou que “as engrenagens do golpe estavam sendo colocadas no lugar”. Também destacou que o conflito entre os diferentes candidatos expressa a preocupação do regime político com o crescimento do bolsonarismo dentro do legislativo.
Um tema importante que foi levantado é a questão Alexandre de Moraes. Recentemente, ele havia tomado a decisão de bloquear todas as redes sociais do deputado bolsonarista Nicolas Ferreira. Isso gerou uma reação muito negativa das empresas do ramo. Particularmente o Telegram não quis realizar o bloqueio e foi condenado a pagar uma multa de 1,2 milhão de reais, a qual eles não pagaram até agora e dão indício de que não pretendem pagar.
O companheiro Rui avaliou que isso é um indicativo de que o “reinado” de Alexandre de Moraes está chegando ao fim. A burguesia está preocupada com a grande quantidade de poder que ele vinha concentrando em suas mãos e a influência que suas ações têm nas instâncias inferiores do Judiciário, que acabam prejudicando empresas e outros setores políticos que não eram os alvos a princípio. Além disso, a burguesia não está preparada para ter um governo do STF ou de um só ministro dentro do STF, o que seria algo muito fora do comum e difícil de consolidar politicamente.
Diversos outros temas foram discutidos pelo companheiro Rui, inclusive que surgiram a partir das perguntas dos espectadores do programa, mas um destaque deve ser dado para a resposta que o companheiro Rui deu ao pseudo-marxista, Jones Manoel, que fez uma postagem em sua conta no Twitter criticando o PCO e espalhando calúnias típicas, como a de que o Partido teria se tornado um “antro reacionário”. Ele procura analisar o PCO e afirma em seu texto que o Partido possuiria uma “identidade operária”, pois teria surgido influenciado pelo clima das greves do ABC dos anos 80.
O companheiro Rui responde a essas calúnias, destacando a ignorância e a pretensão dos setores supostamente stalinistas. Primeiro que não existe essa ideia de “identidade” operária. O PCO nasce como um partido revolucionário, marxista. “Identidade” é uma palavra da moda, usada pelos identitários para caracterizar os movimentos vazios financiados pelo imperialismo, que buscam usar a luta do negro, da mulher e de outros setores contra a política revolucionária. O companheiro Rui também destaca que o Partido surgiu antes das greves do ABC, portanto não tem nenhum fundamento essa afirmação.
Ele também diz que essa afirmação de Jones Manoel denuncia a própria natureza de sua concepção política. Por ser um pequeno-burguês, que atua simplesmente por seus próprios interesses materiais, ele não tem uma concepção operária e revolucionária da organização política. O companheiro Rui ainda aprofunda essa polêmica em diversas outras questões. Para acompanhar toda a discussão, basta acessar o programa através do vídeo abaixo: